31.8.10

31.08.10

Vou acordar assim que dormir e te dar outro último beijo.
Vou me vestir calado.
Vou estar sempre esperando por coisas boas.
Mas sempre achando que vai dar tudo errado.
É a minha teoria.
Eu não perco o costume de ser desprezível.
Eu vou te gastar antes de partir.
Penso em aprender coisas novas com as coisas que eu já vi.
Eu não perco o costume de ser pessimista.

Durante o dia percebo alguns deja´vu
Mas nunca tenho certeza
Sei que não me falta nada
Além de talento pra vida

22.8.10

intranquilidade

A tempo que chove lá fora, aqui dentro sufoca um arquejo e receio
A falta de um cigarro e a falta do teu beijo

Sinto secar a garganta
Penso na areia e no mar, na família e no medo do fracasso

Suponho o prazer de estar bêbado
de não ver o tempo passar, de não sentir mais do mesmo

Sinto muito e ainda é pouco
Sinto mais por muito menos

As vezes fico assim..

Mas quem é ela?

22.6.10

22.06.10

As vezes olho no espelho e pergunto:
- Quem é esse cara estúpido e cadê o cara que ele engoliu?
Por onde anda o ser humano preocupado e despretensioso.
Que deu lugar a esse projeto mal-feito de revolucionário, rebelde sem causa.
Cadê o cara adulto?
Tá escondido atrás dessa barriga?
Tá sentindo mais falta de um cigarro?
Ou das pessoas que acreditam terem sido traídas?
O ser humano incapaz de trair alguém.
O cara do bem.
Que ainda sem trair deu causa a decepção.
Que é praticamente a mesma coisa.
Só que isenta de culpa.
Cadê a culpa que esse cara sentia?
A rebeldia com causa?
A cerveja sempre gelada deu lugar ao whisky amargo.
Esqueceu como se acende um cigarro de maconha.
Sua barriga não lhe permite mais correr atrás da bola.
Os gols deram lugar ao ultimate fight.
Diante da televisão.
Esse cara passa o tempo segurando um controle remoto e comento pizza.
Cadê o cara que juntava as mesas.
Que se sentia importante por poder ajudar.
Deu lugar a essa lista de reclamações injustas.
Ainda sabe toda a verdade.
Mas usa as respostas de uma nova maneira.
É o mesmo cara.
Mas escolheu uma péssima maneira de viver.
Rancoroso e com a conta bancária estourada.
23 anos completos, 24 daqui a pouco mais de 3 dias, as 03 horas da manhã, escreve pra si mesmo sem nunca ter ficado sabendo da nova regra da ortografia.
Não se importa com o que acontece fora.
Só olha pra dentro.
Inala fumaça.
Engole álcool.
E chora por dentro.

18.5.10

five o´clock

São cinco da manhã, duas pedras de gelo, e o que ainda sobrou de uma última dose
Pinto um quadro na porta, o último.
Penso, quero estar sempre bêbado
Ainda continuar sem sentir a dor da perda
Quero que estejamos todos juntos de novo
Nós três, nós sete
Quero não acordar mais com medo

Quero estar pronto para tudo
Quero não dormir mais
Quero ver a vida como a vida é
Quero sentir essa leveza
Esse bem estar de estar sem essa inquietude
Quero um bom motivo para não tomar um bom whisky às cinco am
Poder esquecer que na minha geladeira não tem uma cerveja
Que todas derramaram
Quero tomar um copo de Ron
Agora mesmo
Ou logo cedo

Assim que eu acordar deste pesadelo
Quero ir pra algum lugar igual a este
Mas que eu não seja eu mesmo
Seja como quero
Minha crise de identidade é recente
Prevejo dias felizes
E os tenho
Prevejo dias calmos
E outros em que não consigo dormir

Famigerada insônia que me persiste

28.2.10

28.02.10

Há muito tempo eu soube exatamente o que queria e disseram-me que este era o primeiro passo.
Nunca estive certo do que deveria fazer e sempre me forjei correto naquilo que duvidei.
Sem saber dei vários passos atrás sem desviar o olhar de frente, mas nunca pensei que fosse sério.
Estranho, porque sempre me julguei suficiente, mas, pensando bem, não fui honesto.
Talvez eu esteja errado, e ainda, quem sabe, no rumo certo. Desde o dia em que parei de olhar pro lado.
Desisti da sua vida mesmo sem ter encontrado a minha.
Selei minha dúvida num gesto sincero.
Hoje eu não faço perguntas, mas também não tenho respostas.
O egoísmo tomou conta de mim a ponto que não pude ver que você estava certo ao defender os seus objetivos.
Só quero o que é meu, não ligo pro seu. Vendo ou troco, mas não me vendo.
Acredito que alguém esteja vendo. E que esse alguém sou eu.
Ou que seja desnecessário.