27.10.06

Pétalas de um inferno

As rosas pairam em meu coração em chamas
de qual despertastes tal angústia, que assola odiosa
Porque me escolhestes para ser protagonista de tamanha desgraça
que comprime todos os sentimentos de minha alma
Deixa-me, escuta-me agora e deixa-me

Os seus olhos são a janela dos desesperados
a sua boca transmite ardor e raiva
inescrupulosa e impiedosa
tu és amada e odiada, não um só, mas os dois ao mesmo tempo
a vida ao teu lado não é duvidosa
porque és a dúvida
é assim que tu seduz perigosa

As pétalas que caem sob meu peito não são lágrimas
Tua expressão não é vergonha porque sei que és senhora de si
Mesmo sendo assim prostituta dos teus sonhos
Eu não venderei meus sentimentos
pois apesar de não terem nexo são sinceros
Não duvido que você seja o demônio
talvez seja você aquele de trofônio
Desconfigura meu ser e a minha sagacidade
Me tem com um olhar endiabrado
e me detém atordoado
Amando-a calado, torturado, caleijando meu calo
Os mil demônios, são mais que mil, e são meus

Consolido

Contigo eu sei que tenho tudo
Contudo sei que não me pertences mais
Completo sei que é quando nada me falta
E que tenho nada quando percebo que quero tudo
E tampouco quero ter pouco
Pois você ainda é muito
Porque não ter tudo é estar incompleto
E não ter nada é não ter nada mesmo
Porque ter você é tudo
Contudo sei que não me pertences mais

26.10.06

Guantánamo

Guantánamo
Liberdade:
Direito e condição humana.
Assegurado pela democracia.
Destruído pela hipocrisia.

Caminho pelos meios comunicativos.
Encontro as razões do ódio,
Da insegurança e do santo suicídio.
Ninguém tem o direito de matar.
A tortura aqui se faz e não se paga.

Os olhos não são mais a janela da alma, Senhor.
Os sonhos não são mais a fuga da realidade.
Venha e liberte-nos, seja você quem for.
Deus, Alá, Moisés... Seja você quem for.
Roubaram a essência do amor ao próximo,
Desconectaram os cabos da lucidez.

Há uma mancha na bandeira.
O azul da liberdade, o branco da paz
Desapareceram, inundados pelo vermelho sangue.

Treinaram terroristas; agora os combatem.
Atiraram bombas; mataram milhares.
Os seus medos não justificam as atrocidades.
Os seus anseios não justificam as invasões.

Quem são eles, Senhor?
Para zombarem de nossas crenças,
Para manter-nos no cárcere,
Para trucidar os familiares.

Guantánamo, território sem lei.
Regido por preconceitos vis.
Ninguém tem o direito de matar,mas
Todos, o dever de torturar.

Entre cusparadas e agressões,
Entre humilhantes provocações,
Fecho os olhos e esqueço a dor.
Vão lutar pela memória,
Pelas nossas verdades
E pela imagem de um real combatente
Da liberdade!

25.10.06

vai partir quem partiu seu pedaço e me deu um talho
a vida é curta mas demora
um ano passa rápido mas enrola
e eu não sei o quê
não sei o quem
quem vai ser eu
ou o que vai ser de mim agora

tudo era ruim
será que era tanto
sei por que aprendi e essa certeza não é solitária
o mundo avisa que pode ficar pior
mas não diz o quanto
e você arrisca, petisca
então reclama ou não reclama
conforma conforme for
seja o que aconteça aceita a dor
e aproveita que há sabor
pois a alegria as vezes é insossa que só se sente quando perde
as vezes digo por medo de acreditar e não senti-la
só sinto o que não está aqui e o que está já deixei de sentir

deixa a tua felicidade onde possa vê-la
mas não queira pra si o que não pode
acredita em Deus e foge
tudo é dele nada é teu
pode ser uma nova maneira de uma coisa antiga
como ver que a hora errada é sempre certa
é você quem acerta errado
cada um com seu complexo
pensei que fosse desse jeito
porque se não fosse
não pensaria
Já era a era, tua era
e erra
ao pensar que habitas na espera
não mexe, não treme, não ri, desespera
pondera tuas atitudes
altera o rumo da regra
embarca, mas não perde a terra
de vista, e avista
o que tem na mão
e venera