25.2.08

O Messias que de tão iluminado esqueceu de iluminar

"O Messias Indeciso"
...
Certa vez houve um homem
Comum, como um homem qualquer
Jogou pelada descalço, cresceu e formou-se em ter fé
Mas nele havia algo estranho, lembrava ter vivido outra vez
Em outros mundos distantes, e assim acreditando se fez
E acreditando em si mesmo
Tornou-se o mais sabio entre os seus,
E o povo pedindo milagres, chamava este homem de Deus
Ah! quantas ilusões
Nas luzes do arrebol
Quantos segredos terá?
E enquanto ele trabalhava, na sua tarefa escolhida
A multidão se aglomerava perguntando os segredos da vida
E ele falou simplesmente: destino é a gente que faz
Quem faz o destino é a gente, na mente de quem for capaz
E vendo o povo confuso, que terrível cada vez mais lhe seguiam
Fugiu para a floresta sozinho, para Deus perguntar para onde ia
Mas foi sua própria voz que falou, seja feita a tua vontade
Siga seu próprio caminho, para ser feliz de verdade
E aquela voz foi ouvida por sobre morros e vales
Ante ao Messias de fato, que jamais quis ser adorado
...

(raulzito)

23.2.08

O poeta que de tão bêbado esqueceu de beber.

O mundo encontrava-se em azul e vermelho,
mas eis que aparece o resultado deste incandescente distúrbio.
As faces, das pessoas, desconfiguradas, e a altura, como seres displásticos,
tranformavam a imagem do amanhã na incerteza da sobrevivência.

A credibilidade do poeta seria a loucura incessante, pois no meio do caos, onde corpo e alma desagregam, intitula-se profeta.
Veste sua farda, liga o computador, bebe uma vodka sem gelo,
e torna-se profanador do amor.

Mas, quem és tu, poeta insano, que não sabes chorar?
Divaga, em roseirais, roubando rosas e comendo espinhos.
Renuncia o desejo, ardente, para poder sonhar.

Bradando, na noite quente, que Deus está morto.
És tu, poeta insano, aquele que, sempre, quererá o colosso.
Julgando, teus semelhantes, por defeitos que finges não ter.
Sozinho, de preferência, tu irás falecer, pois de tão narcisista
esqueceste de beber, quando o dia nascia e a razão voltava a prevalecer.

21.2.08

Insignificância - II

Fragmentos de minha mente intranquila
estão espalhados pelo chão
os fragmentos espalhados confudem-se com lamentos
meus sonhos ainda são os mesmos de anos atrás
embora eu já não use o mesmo cabelo
talvez por isso eles já não tenham pretensão nenhuma
não querem deixar de ser sonhos
não querem tornar-se coisa alguma
como eu que sou apenas homem
um homem que já não chora
o homem que jamais lamentou-se
um alguém que não incomoda
nem mais a si mesmo
o mesmo homem, mas com outro cabelo
e com as idéias na gaveta
de outrora déspota
hoje, pacato e pálido
uma vez insuficiente
hoje insignificante

17.2.08

O filme

Aquelas vozes não calavam, gritavam.
De meu corpo era desprendido o princípio vital.
Consegui transpor barreiras psíquicas, tornando-me um espírito.

Meus aposentos, como habitual, estavam intocados, puros.
Caminhei por estes e vi meu corpo desfalecido.
Meu peito, em chamas, era rasgado por uma energia sobrenatural.
As luzes, vindas, se chocavam com o teto, transformando-o em uma imensa tela.
Nesta, todas minhas dúvidas eram esclarecidas.
As primeiras cenas, emotivas, mostravam aquele garoto correndo nos campos de centeio, brincando de ser feliz com tão pouco.

Deitei ao lado de meu corpo.
O abracei como um filho abraça um pai.
Estava apavorado, precisando de forças para seguir mais esta viagem.

As cenas, daquele filme em preto e branco, me emocionavam.
A história do garoto, com suas idas e vindas, em universos paralelos, em sociedades distintas, era trágica.
Não conseguia interagir, de forma completa, com nenhum dos universos.
Por conseguinte nunca era aceito.

Fora comunicado, pelo corpo simbólico, os valores e normas de condutas culturais, necessárias, para viver em sociedade.
Mas, ao perguntar-me, quem sou eu?,
A resposta não aparecia de forma clara.

Já marcava, no relógio, 4h da manhã.
Os pássaros, em revoada, passavam pela janela.
O dia já estava para nascer e ainda, o filme, não chegara ao final.

Momentos, despertados pela angústia, eram freqüentes, ainda mais nos últimos anos.
Sei que, ao acordar, não lembrarei de tudo que passara nesta noite.
Mas, algo ficará. Tornando as lembranças, das noites insones, uma realidade assustadora.
Ficará, no ar, aquele convite feito à loucura.
Se, esta, quiser me possuir, não resistirei.
Só espero que, louco ou não, aquele sonho ou fuga do corpo, aconteça novamente.

16.2.08

Sem autorização mudei o blog.

Foi mal, Banana, mas não resisti...
Tentei colocar a foto clássica( Tu nadando co aquela bóia amarela), mas não consegui.
Kkkkkkk

14.2.08

Insignificância - I

Alguma coisa que você faz poderá mudar sua vida agora.
Qualquer notícia que se diga, poderá vir voando agora e estacionar em frente a tua janela.
Acidentes ocorrem e rasgam a pleura.
Você pode não fazer nada.
Porque tudo que fez até agora, foi insignificante.
Então o melhor a fazer deve ser mesmo esperar por uma notícia.
Ainda sem ter certeza, você pode ter certeza.
Você pode chorar com essa notícia.
Qualquer notícia pode te fazer chorar.V
ocê pode rir de qualquer coisa também.
Você pode ficar em casa e rir.
Qualquer coisa que te digam pode te fazer rir.
Você pode nem ligar.
Você sabe o valor real do tempo.
Qualquer coisa pode você nem sentir.
Porque sentir até agora, foi insignificante.
Qualquer coisa que se faça, que se diga, por escrito, por delito, por bonito, ou verbalmente, não provoca abalo cínico ou verídico em mim.

13.2.08

joe

Hey Joe
Não cale antes do sol se pôr
Não feche os olhos antes do amanhecer
Você tem tudo pra ser e vai ser
Joe

Hey Joe
Se você não fala desaprendo a andar
Me olha nos olhos e não é mais
Joe

Hey Joe
Um dia a gente vai se encontrar
de novo
Joe