18.5.10

five o´clock

São cinco da manhã, duas pedras de gelo, e o que ainda sobrou de uma última dose
Pinto um quadro na porta, o último.
Penso, quero estar sempre bêbado
Ainda continuar sem sentir a dor da perda
Quero que estejamos todos juntos de novo
Nós três, nós sete
Quero não acordar mais com medo

Quero estar pronto para tudo
Quero não dormir mais
Quero ver a vida como a vida é
Quero sentir essa leveza
Esse bem estar de estar sem essa inquietude
Quero um bom motivo para não tomar um bom whisky às cinco am
Poder esquecer que na minha geladeira não tem uma cerveja
Que todas derramaram
Quero tomar um copo de Ron
Agora mesmo
Ou logo cedo

Assim que eu acordar deste pesadelo
Quero ir pra algum lugar igual a este
Mas que eu não seja eu mesmo
Seja como quero
Minha crise de identidade é recente
Prevejo dias felizes
E os tenho
Prevejo dias calmos
E outros em que não consigo dormir

Famigerada insônia que me persiste