29.5.08

mestre: zé-da-feira

- Basta! - disse o mestre. - Já que você insiste que lhe fale sobre a vida direi ainda que já tenha lhe dito que a vida não é para ser aprendida, mas para ser vivida.
Ensinamentos servem apenas para ajudá-lo a aceitar coisas que são difíceis ou eu diria até por mim impossíveis de serem compreendidas justamente porque sempre procuras o porquê, a razão, quando o mais importante é agir, sentir o momento.
Como já disse um tal Raul: "Tem gente que passa a vida inteira travando a inútil luta com os galhos, sem saber que é lá no tronco que tá o coringa do baralho."
Hoje vou lhe dizer que deves imaginar a vida como em um teatro.
Em um momento você pode estar na platéia aplaudindo os astros e estrelas do momento. Talvez você não dê seu devido valor, mas os astros e estrelas não são nada sem as platéias.
Em outro momento você pode estar lá, em cima do palco, e ser aplaudido como a sensação do momento.
De repente você pode ser vaiado pelo pessoal do fundão, indiferente ao pessoal do meio e a primeira fila vai até sentir pena do seu embaraço. Mas isso não significa que você atuou mau, mas que não se pode agradar a todas as platéias.
- Mas mestre... - tenta perguntar o discípulo e é interrompido pelo mestre.
- Sim, sei o que você quer me perguntar. Será que vale a pena?
Pense que o que não vale a pena é assistir a mesma peça todos os dias, do mesmo lugar, no mesmo teatro.

21.5.08

o.O

Não confunda marcas de suor com lágrimas
Cartas de amor não podem ser reescritas
Teu coração não aceita ser manipulado
Quem vai convencê-lo estar errado
Enquanto cego você não tem condição
Aceita aquilo que te vem
Aprende a gostar, de quem gosta também, de você

Acalma-te, pois tua alma não se cansará
Ainda que sintas teu corpo pisoteado
Deitar-te com alguém que se quer estar ao lado
É loucura, as vezes pretende ficar só
Enquanto se é má-companhia pra si mesmo
Então precisa rever, aquele dia
Prá saber aonde vai
Daqui a meia hora vai estar se lamentando

15.5.08

Sarcoley e Lola Sortim.

Sarcoley acabara de trair a mulher que amava.
Tinha se perdido numa relação infrutífera, desregrada.
Quando sua alma bradava pelo perdão de sua amada ele proferiu, para a sacada da janela:

"Mata-me, mulher, se um dia
a melancolia roubar-me a vida.

O amor, silenciando as vozes que guardava no peito.
No escárnio, mar de excretas, perdi-me na profanação.

Mata-me, mulher, se um dia
a peste consumir meu corpo.

As meretrizes, libertinas, desenraizavam o senso.
Pequei, amor.
Satã concedeu suas novas coroas de espinhos.

Perdi-me no deleite carnal.
Entrelaçado pela nudez da esperança.

Ah! Se pudesse ver a face lívida e angelical.
Protelaria as cantigas dos seres uivantes.
Relampejaria as agonias do espírito que, enfim, reviveria.

Ó, senhorita!
Perdoa este ingênuo pecador.
A orgia findara.
Dedicarei alma e corpo à tua vontade".

Vendo tal dedicação, paixão, a mulher que roubara a essência, do amor de Sarcoley, rendeu-se.

- Ah! Sarcoley, a nossa paixão...
Dissipará mares e terras,
moverá montanhas;
Na vida acabara,
mas na morte é eterna.

Sarcoley, aos prantos, puxa sua arma.
Ajoelha-se e se mata.

12.5.08

Samba de henrique

Deixei um scrap pra ti
Coisa simples, assim
De um poema que eu li, num blog qualquer
Mas já faz uma semana
e você não respondeu

Vou ficar fora do ar
Vou ficar fora do ar..

Até parece, que me bloqueou no msn..
Nem parece mais a mesma
Mudou o perfil do teu orkut
Apagou as fotos
E nem aparece mais, na comunidade...

Chama o técnico pra ver..
Se é vírus ou um bug
ou se é raiva de mim
Se é problema de memória..
Deixa eu abrir teu HD..
Vê se manda um e-mail
Talvez passe na lan house
Pra gente se entender...........

Bem, vamos fazer um backup
Vem, vamos fazer um backup
Bem, Vamos fazer um backup
Vem, vamos fazer um backup..

Vou gravar você no meu pendrive usb...

7.5.08

Quem pode fazê-la chorar

Não faz assim mulher
Se ele não te quer mais
Então procure quem te faz feliz
Você sabe que fez tudo certo
Porque foi sincera com seu próprio coração
Se ele não te ama, e te quer por perto
Vai te fazer sofrer em vão
É um sujeito desajeitado, e chora, sem nenhuma razão
Era o teu homem perfeito, teu príncipe encantado, mas foi embora
E não pensara em voltar até então

(ela)
Sem saber se é só pra guardar ou amor
Peço que vá embora
O meu coração
Faz um tempo que não chora
A saudade é bem melhor
Do que ver você Lamentando a separação
Tudo aquilo que a gente desenhou
Foi você quem fez questão de apagar
E diz pra mim
Quer uma chance
Será que é pedir demais?

(ele)
Me perdoe, princesa
Eu voltei para ficar ao teu lado
Por todas essas horas
Não suporto
Vê-la com outro rapaz
Um ninguém melhor que eu
Pois só eu, quem pode fazê-la chorar
pois só eu, quem pode fazê-la chorar

6.5.08

Filho pra quê? Filho por quê?

É sinônimo de trabalhos excessivos,
amor dividido;
desilusões marginais, intrigas brutais;
menino frágil, que rouba meu sono,
pertuba e desconcerta minha existência,
calma amigo, falsa paciência!

Quando pequeno, já vomitava suas aptidões:
incedeia a casa, cria furações;
cuidado papai, com o seu coração!
Cresce rápido em sua capacidade de subversão,
mistura sal com açúcar, diz ser uma nova invenção,
vai à carteira do pai, com mais facilidade e prenda,
que o nosso leão do imposto de renda;
reclama do conflito de gerações,
em que o velho luta para conservar
e o jovem, para fazer revoluções;
mas, que seria de mim sem você. filho?
Síntese de todas as minhas emoções.

Dilson Siqueira de Assunção.

Questione!

Você sabe o que é ser independente?
Você sabe pelo menos o que sente?
Você conhece os segredos de sua mente?
Você arrisca seus ideais e vai na frente?
Você vive sozinho entre a gente?
Você acha que é o único descrente?
Você acha que não há mais nada que se invente?
Você se afoga no amor como uma torrente?
Você concebe que ser homem, pensar e escolher
São coisas divinas e inerentes?
Você se esconde atrás de sua covardia latente?
Você se deixa levar pela vida, por sua corrente?
Você tem medo de envelhecer, ser impotente?
Acorde! Não pense! Viva, urgente!

Dilson Siqueira de Assunção

pensando baixo

Você é minha
E quando eu te vejo
Seus cabelos que eu me enrosco
Seus olhos em que eu me perco
Eu não esqueço
Você é minha
Você é o meu sossego
Você é tudo
e mais um terço
É o que eu desejo
Você é muito
É mais que eu mereço
Você é vida, e daquele jeito
Você é capaz de me fazer feliz
Você é calma e é desespero, não te ver
Você é dona do meu sorriso
Você já devia saber
Quando escolhi ficar com você, não escolhi
Você surgiu de repente
O que eu sempre quis
Como viver sem ter você?
Vem e me diz como fazer
Como viver sem ter você?
Não posso mentir para você
Meu coração só você quem pode sentir
Você pode ver no meu olhar
Só tenho você
E quando não tenho
Meus olhos não podem ver
Vejo você em tudo que eu faço
Em tudo que eu aprendo
Em tudo que ensino
Em tudo que existo
Eu só existo com você
Eu não existo sem você
Não há sentido
Não há nada igual
Minha, e de outro jeito
Não poderia ser
Ar que eu respiro, seios em que eu me deito
Você é minha
E quando eu te vejo
Seus cabelos que eu me enrosco
Seus olhos em que eu me perco
Eu não esqueço

4.5.08

A profanação da realidade - O homúnculo no navio negreiro.

Partes por partes fechavam-se as paredes de um calabouço.
Partes por partes, no mundo feérico, eu não estava preso como os outros.
Atormentados, pelo desconforto espacial, por dejetos humanos,
E pela falta de esperança no sobrenatural.

Olhos e mais olhos na escuridão.
Fixados em um único ponto:
A porta que lhes daria a liberdade.

As dúvidas das crianças se tornavam incessantes.
Mas, nada era tão irritante quanto o falastrão ao lado,
Com suas lamúrias e contos sobre a vida errante.

Então, indignado, bradei aos ecos deste pedaço de madeira:

Deus,
quem será digno de tua compaixão?
Quem libertarás do cárcere?
Quem será o último a gritar:
Liberdade para a profanação?

O choro era escutado mais forte.
Crianças, jovens, adultos e idosos.
Choravam e choravam.
Pois percebiam, neste momento,
que seus parentes eram só a contagem de mortos.