15.5.08

Sarcoley e Lola Sortim.

Sarcoley acabara de trair a mulher que amava.
Tinha se perdido numa relação infrutífera, desregrada.
Quando sua alma bradava pelo perdão de sua amada ele proferiu, para a sacada da janela:

"Mata-me, mulher, se um dia
a melancolia roubar-me a vida.

O amor, silenciando as vozes que guardava no peito.
No escárnio, mar de excretas, perdi-me na profanação.

Mata-me, mulher, se um dia
a peste consumir meu corpo.

As meretrizes, libertinas, desenraizavam o senso.
Pequei, amor.
Satã concedeu suas novas coroas de espinhos.

Perdi-me no deleite carnal.
Entrelaçado pela nudez da esperança.

Ah! Se pudesse ver a face lívida e angelical.
Protelaria as cantigas dos seres uivantes.
Relampejaria as agonias do espírito que, enfim, reviveria.

Ó, senhorita!
Perdoa este ingênuo pecador.
A orgia findara.
Dedicarei alma e corpo à tua vontade".

Vendo tal dedicação, paixão, a mulher que roubara a essência, do amor de Sarcoley, rendeu-se.

- Ah! Sarcoley, a nossa paixão...
Dissipará mares e terras,
moverá montanhas;
Na vida acabara,
mas na morte é eterna.

Sarcoley, aos prantos, puxa sua arma.
Ajoelha-se e se mata.

Um comentário:

Juliana Porto disse...

Henry é medroso desde aqui!

rs*

Abraços