Sarcoley acabara de trair a mulher que amava.
Tinha se perdido numa relação infrutífera, desregrada.
Quando sua alma bradava pelo perdão de sua amada ele proferiu, para a sacada da janela:
"Mata-me, mulher, se um dia
a melancolia roubar-me a vida.
O amor, silenciando as vozes que guardava no peito.
No escárnio, mar de excretas, perdi-me na profanação.
Mata-me, mulher, se um dia
a peste consumir meu corpo.
As meretrizes, libertinas, desenraizavam o senso.
Pequei, amor.
Satã concedeu suas novas coroas de espinhos.
Perdi-me no deleite carnal.
Entrelaçado pela nudez da esperança.
Ah! Se pudesse ver a face lívida e angelical.
Protelaria as cantigas dos seres uivantes.
Relampejaria as agonias do espírito que, enfim, reviveria.
Ó, senhorita!
Perdoa este ingênuo pecador.
A orgia findara.
Dedicarei alma e corpo à tua vontade".
Vendo tal dedicação, paixão, a mulher que roubara a essência, do amor de Sarcoley, rendeu-se.
- Ah! Sarcoley, a nossa paixão...
Dissipará mares e terras,
moverá montanhas;
Na vida acabara,
mas na morte é eterna.
Sarcoley, aos prantos, puxa sua arma.
Ajoelha-se e se mata.
15.5.08
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Um comentário:
Henry é medroso desde aqui!
rs*
Abraços
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