28.1.07

O home bushniano

Uma tragédia assusta os tolos.
Milhares de ignotos, vítimas de um pássaro.
A comoção, a dor da perda, tornou um homem, louco.
Nasce o pierrô irracional.

O imanente equilíbrio do corpo e espírito acabara.
A resipiscência chegara, então, o homem lacrimejava.
Jurou lutar contra sua libido.
Mas, fraco como era, voltou a estuprar-se.

Virgem, como a Santa,
Ele sentia-se vazio.
O morticínio começa,
Para suprir sua necessidade de sangue-corrente.

Dos sobreviventes,
Dos ilusórios sentidos,
Da dor espiritual dos que partiram,
O homem simulou-se ausente.

Estuprou seu próprio corpo, novamente.
Bradou pelo renascimento de sua imagem,
Assassinou todos que não provaram do seu ópio.
Para, então, ridicularizar o planeta, como um todo.

26.1.07

detesto

você pensa quem é
mas não me conhece

onde tem idéias eu vi
que cê não sabe onde ir
nem sabe o que é
e não adiantaria
tuas idéias são tuas
e as tuas são minhas
e não há
espaço pra ter mais idéias aqui
em tão vai...


quem foi de lá um dia veio
não veio
se foi, se partiu
mas é de onde é
pensei que era
não é

espero um dia
ser do jeito que quero
e sonho, não sonho, mentira
acredito
não vejo, e quando vejo... minto...

sei que passou e espero
não quero
e quero saber
se a imbecilidade tem amor
se a burrice não é
o que parece

você é mais esperto
sonho mas detesto
vê-lo amar

16.1.07

Imperfeição humana

Reflexão iminente da vida não cabal.
Luta pungente, eis o homem imoral.

Resignatário, segue, rumando por uma estrada sem acostamentos.
Parar é opcional, mas o poder consome e leva-o para a perda da dignidade.
Sem moral não existe, baseia-se no Santo Testamento.

Olha fixamente para paisagens imortais, ainda imaculadas.
Acha a libertação de suas quimeras e, então, solta as asas para mais um vôo.
Torna-se um pássaro regendo uma orquestra da insanidade conclamada.

Ambigüidades tomaram conta da razão.
Abre novamente suas asas
E como um prisioneiro marginal sente, vem até ele a compunção.

Renegando tudo o que falou,
O que proferiu.
Queria bradar para todos ouvirem:
Existe um Deus, um amigo,
Mas, como teimoso é,
Prefere omiti-lo.

15.1.07

Minha mulher e seu véu

Aquele corpo malevolente
Chamativo tal como a morte por um inconseqüente.

Leva milhares à beira de um penhasco.
Torna-me bobo perante seu glamour.
Vem menina moça, vem cair em meus braços.

Juro-te, vou saber apreciar o teu doce sabor.
És a dama da meia-noite,
aquela que incendeia como o fogo.
Brilha como poucos.

Sua silhueta, a forma de violão;
O sorriso de Lady Dy enfim voltou.

Serás a prometida de um Deus?
De pouco importa.
Criarei dogmas se preciso.
Cultuarei ao demônio por essa libido.

Ó senhora do destino da plebe, escolhe-me!
Vais ver que sei fazer o amor nascer.
Vais ver que não sou o retrocesso humanitário que o teu Deus fez-me parecer.
Seu véu cai.
Ilusões de Sade se foram.
O desejo, antes ardente, agora é pungente.

O ideal feminino que todo homem quer;
Descobri que tinha a Deusa ao meu lado.
Sou o seu safado e você, minha mulher.

O homem sem fé

O extraterreno interfere nas pessoas fazendo a balança do bem e mal pender de um lado para o outro.

As fantasmagóricas imagens saem dos casulos da imoralidade.
Tornam o ser livre e, ao mesmo tempo, revelam o entejo aos que aplaudem a insanidade dos fariseus.

O vazio fornece, à choldra eclesiástica, armas para destruir
os pensamentos do ser livre.

Levado à adoração, mas não a compreende.
Julga-se incapaz de olhar ao espelho e ver a imagem de uma pessoa decente.

Anacrônico e anarquista, o homem refugia-se em suas verdades.
Destrói os muros que formara e resiste aos medos vestindo a mortalha.

Lúgubre fim, enfim, o homem se mata.

O brasileiro

A vida não é brincadeira.
A brincadeira não é seriedade.
A seriedade não é a maturidade.
Maturidade não é viver.
Viver não é privilégio.
Sacrilégio não é esquecer.
Esquecer não é o sofrer.
Sofrer não é ver a morte e a temer.

Temos forças pra fazer revoluções
Temos fé que movem milhões!
Levantemos nossas espadas e rumemos ao poente
Enterremos os políticos de nossa pátria,
E escrevemos:
"Aqui jaz um indigente"

No fundo da minha alma-coração
No extremo de minha veia-emoção
Sentirei. Lutarei. Morrerei
Pela discórdia que inocentemente causei.

Sou o egocêntrico ao espelho.
O reflexo do caos social.
Uma mesa sem objetos.
Um japonês sem seu punhal.
Mestre das obras sem nexo.
Um cavaleiro de uma corte irreal!

O falso entendimento de minhas palavras leva ao livre pensamento de minhas falácias.

Levantemos nossa matriz encefálica
E lutemos por um ideal com causa!

Atire alimento em vez de balas.
Dê escola em vez de armas!

Brasil

Falar.
Gritar.
Chorar.
Acreditar.

Ser complacente.
Ser descrente.
Ser inconseqüente.

Loucos.
Pederastas governamentais.
Brutalidade aqui se faz.
Direitos. Deveres.
Conceitos. Poderes.

Não há dinheiro pra educar.
Há capital para fraudulentamente furtar.

Nosso Haras não produz potros.
Nossos filhos não tem pátria nem amor.
As hastes da esperança sucumbiram.
As cores da bandeira se esvaíram
num mar de excretas em Brasília.

Um teorema sem demonstração não é real.
Como um Haraquiri sem punhal,estamos nós,
a lutar por um "inexistente" ideal.

O insano profeta

Santa, a paz, que conduz os tolos.
Santa, a luz, que reflete a insegurança
desse povo.

Um moinho em laboração,
Uma casa em destroços.
E agora dou-te a solução:
-Creia em mim, nos meus conceitos.
Transformarei tua casa em um mansão,
tuas angústias em satisfação.
Mas, terás que dar-me-á alma e corpo,
eis minha condição.

Mostro minha face e
Rogarás pelo meu apreço.

Da caverna que me abriga,
sinto o calor plagiar minha essência.

Dos monumentos que construí,
vejo o retrato de minha incongruência.

Vou-me, mas antes levo-os junto.
Com a quebra da promessa,
revelo meu título:
O insano profeta.

A convalescença da moral

Desperto. Um sono profundo fez-me buscar a renascença.
Nos crepúsculos vespertinos me ponho a pensar.
A maturidade chega, e com ela os conseqüentes problemas.

Analisei todos ao meu redor.
Julguei e tornei-me prisioneiros de minhas próprias criticas.
Proclamei o álcool como herdeiro e usei de armas pormenor.

Formei um purgatório.
Chorei lágrimas de culpa.
De alegrias não me fortaleci.

Abriu-se um estreito, e por ele passei.
Muralhas derrubadas, esculturas denegridas,
Vários pensamentos em construção.

Estou na minha mente.
O arrependimento aparece como em uma televisão.
Vejo meus preconceitos, asneiras e omissão.

Desalumiado, vou para a luz pela qual entrei.
Acordo e desperto.
A redenção é necessária.

Estapafúrdio momento que brada pela consciência.
Chego ao fim, como quando criança, inocente.
Ao clamar por ajuda estou enfraquecendo meu espírito,
Mas não temo a perda da antiga prepotência.
Quero apenas planar por mundos esquecidos.
E dizer a todos que não sentem o peso da palavra “perdão”
Que ela existe, e é de todos os males: A salvação.

Amar a ilusão

Havia vida por trás do sonho
Havia sonho por trás da libido
Sentia calafrios pelas extremidades
Sentia dores nos meus sentidos.

Amei as flores do Éden,
mas flores não amam.
Lutei pelo prolongamento do sentimento.
Matei-me dia-após-dia, pra quê tanto sofrimento?

O olhar faz a luz voltar a incandescer no poente das metáforas.
Novamente sinto algo nascer.

O brado guerreiro solta-se no silêncio da terra.
O puro mistura-se com efêmero
E as falácias de uma rapsódia terna
Saem de seus casulos morais.

Sinto a brisa dos mares numa montanha inóspita.

Não adianta querelar da revelação.
Tente viver a sórdida e pecaminosa ilusão.

A morte da moral

Rótulos dantescos,
Um salve a pasmaceira.

Escuto as claques da infâmia.
Insisto em dogmatismos contra asneiras.
Iconoclasta!

Insiro-me na social-decadência.
Capitalista!
Projeto-me na imagem da falência.

Um hausto monetário,
Um beóscio humanitário.
A procedência da moral é irrelevante.
O conceito antecedido da razão é a de um infante.

Na ilha da plenitude,
Na favela dos pudores,
Nos sonhos marginalizados,
Nas imoralidades dos rumores.

Conclusões me vêm à mente.
Sigo meus instintos inocentes.
(Aos 15 drogado, aos 19 decente)

Instigo a ressurreição das falácias que proferi.
E clamo na montanha racional
Para que destoem minhas ideologias sobre a morte da moral

Poder Judiciário

Somos cegos;
por incerteza da veracidade,
Surdos;
para as pressões de uma mídia unilateral,
Mudos;
para o não levantamento de suposições,mas temos o ativo tato;
para contar as cédulas de um poder marginal

3.1.07

O iconoclasta

Negação.
Esse é meu compromisso.

Violação.
A premissa do meu Eu artístico.

O papa morreu,
mas sua instituição ainda caminha pelo globo
difundindo a ignorância sobre a vida de hereges e ateus.

Irei gritar;
para todos que, assim, como eu
Sentem-se lesados por uma história decadente;
Causada pela igreja e seu apogeu.

Não me aceito.
A vida é a rejeição.

Não choro.
As lágrimas são para os fracos.

Não vivo.
Viver é demonstrar fraqueza,
é seguir a velha tradição.

Insiro na minha personalidade o reflexo das minhas criticas.
Enxerto na cavidade torácica emoções nunca vividas.

Quero ser a mentira da auto-realização independente.
Ser o louco a ignorar os ícones sociais.
Ser o lúcido a defender idéias de forma voraz.

Sou o iconoclasta.
A tudo que está estabelecido, serei o contra.
Não serei a gota divina do sangue do Cristo,
e sim suas ilusões e falácias.

A parceria dégagé-viral

Comunicação internética; frenética ilusão.
Sou eu: Vírus!, a corromper
todo o seu Hd.
Sem querer, vais ter tempo...

pra responder ao último e-mail de um certo dègagè.
- O que será que este e-mail irá conter?
- Vou dar uma dica: Abre pra ver!

Curiosa, parte pro MSN,
delicada qual condessa do Antigo Iêmen.

Travou!Fudeu!...
Aquele vírus já corrompeu!
Miserável! Por que não cumpriu o que prometeu?

-Porque é mais emocionante, dègagè,
dizer olhando nos teus olhos.

- E o que esse tal dègagè quer tanto dizer?
- Ah, descobrirás quando o vir.
- E como o reconhecer?

”Ao olhar nos olhos dele, sentirás a luz incandescer (...)”

- Não entendo de metáforas, odeio português:
Sou um vírus, não tenho nada! A dizer.
Espere-o, espere-me no sábado, na sua cidade,que eu, ele há de aparecer...

- E o que ele, você tem a dizer?
- Kwen kwen. E eu lá vou saber?

"ERRO! ERRO! ERRO! Essa operação não pode ser realizada. Todos os seus dados foram apagados. Sua única salvação é ter o dègagè ao seu lado

"Onde estás, descendente de Pilatos?

-Onde sempre estive, de onde nunca sairei.

De um pôster, no teu quarto!

A Peste

A peste que assola mente
torna-me dia-a-dia inconseqüente

leproso ante todos os doentes.
Traz depressão, mas também traz a necessária inspiração.
Percebe?
essa peste não vem de individuo são.

O preto se torna branco,
esvaem-se as cores.

Freud chama-me para dar a explicação
Pára. Olha. Suprime qualquer expressão.
Sorri breve em respiro longo.
E me indaga, cínico, o endeusado pelos gregos:
Essa peste é só mais uma abstração

Finjo não encarar a metáfora,
já que somente as estrelas me darão a solução.
Deito. Choro. Instigo a emoção
Descubro o problema.
Resolvo:
Arrancar meu coração!