15.1.07

Amar a ilusão

Havia vida por trás do sonho
Havia sonho por trás da libido
Sentia calafrios pelas extremidades
Sentia dores nos meus sentidos.

Amei as flores do Éden,
mas flores não amam.
Lutei pelo prolongamento do sentimento.
Matei-me dia-após-dia, pra quê tanto sofrimento?

O olhar faz a luz voltar a incandescer no poente das metáforas.
Novamente sinto algo nascer.

O brado guerreiro solta-se no silêncio da terra.
O puro mistura-se com efêmero
E as falácias de uma rapsódia terna
Saem de seus casulos morais.

Sinto a brisa dos mares numa montanha inóspita.

Não adianta querelar da revelação.
Tente viver a sórdida e pecaminosa ilusão.

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