3.1.07

A Peste

A peste que assola mente
torna-me dia-a-dia inconseqüente

leproso ante todos os doentes.
Traz depressão, mas também traz a necessária inspiração.
Percebe?
essa peste não vem de individuo são.

O preto se torna branco,
esvaem-se as cores.

Freud chama-me para dar a explicação
Pára. Olha. Suprime qualquer expressão.
Sorri breve em respiro longo.
E me indaga, cínico, o endeusado pelos gregos:
Essa peste é só mais uma abstração

Finjo não encarar a metáfora,
já que somente as estrelas me darão a solução.
Deito. Choro. Instigo a emoção
Descubro o problema.
Resolvo:
Arrancar meu coração!

Um comentário:

Anônimo disse...

contradição..
chorar não é para os fracos?
mas todos choram.
não é preciso que lágrimas de sangue caiam para que transpiremos infatigavelmente nossas covardias ignobeis. diáfano sentimento, esse que nos faz ter a pureza de reconhecer as imperfeições infindaveis do ser "humano"..
tristeza injustificada. dizem que todos tem. ser comparado a qualquer outro? ser só mais algum que tende a pensar, mesmo que inutilmente, sobre a mazela da humanidade..
temendo me encontrar, e descobrir que nada sou, ou que a verdade absoluta não existe? e que a coisa mais macabra está dentro de mim. ansiando o dia em que será despertada. bruscamente. lentamente.. é agonizante essa espera. pois ela pode nem existir.