11.12.07

O inconsciente

Os restos mortais, já em estado de putrefação, ocupavam o mesmo espaço.
Ao ponto que se aproximavam de uma imagem dantesca.
O membro sexual, de um deles, perfurava, como um punhal, a superfície craniana de outro.
Atravessando todo o encéfalo e de forma exógena saindo pelo maxilar, junto com os gânglios cerebelares.

Aquela imagem parecia sensibilizar o camponês.
As lágrimas corriam aos olhos.
Quando, em um lapso, vê objetos.
O alinhamento desses, até para um camponês, era estranho.
Ele inicia uma busca por bens de consumo.
Levando carteiras, relógios, celulares e um laptop.

A dor, de ver cenas bizarras, anteriormente, parecia ter sido finalizada.
A alegria tomou conta do homem.
Ao sair do carro empurra os restos mortais e todas as toneladas de ferro, que os recobria, penhasco abaixo.
Começa então a mexer nos artefatos, esses quais nunca tinha visto na vida.
Abre o laptop e se depara com a assustadora imagem.
Era a mesma imagem que tinha visto naquele carro.
O inexplicável veio até ele.

Sua mente que nunca tinha sido exercitada, agora estava em ritmo acelerado.
Suas pernas lhe levavam à beira do penhasco.
As mãos trêmulas, taquicardia, as alucinações, estavam claras.
A leveza em seu corpo propiciava-lhe forças, que pensava ele, para um vôo.
Pula do penhasco para encontrar o destino, mas antes a morte o encontra.
Como três garotos inconseqüentes, ele, ignorou o inconsciente.
Tornou-se refém da loucura e perdeu a noção da razão.

6.12.07

Memórias do amor passado.

Aquele amor singelo,
Sem escrúpulos excessivos,
Perdia-se em chamas neste amargo coração.

As flores entreteciam-se naquele momento.
As lágrimas recobriam a face daquela doce senhorita.

Joguei-me ao vazio,
Mas a encontrava em sonhos.
Tornei-me a razão, mesmo sendo a própria emoção.

- Sou teu fâmulo, fiel amante.
Deixa meus braços te guiarem, que deixarei teus olhos, enfim, secarem.

Mas, relutante, tenho que falar-te algo.
Pois teu destino é o meu, embora teimes, na calada, não ser a Julieta deste Romeu.

Quisera eu ter certeza de nossa eternidade, para, então, cultuar a imagem de todas as nossas brevidades.

30.11.07

Revoltas animais - O psicopata.

Antes de mais nada não sou o que escrevo.
Escrito em 2004.
Nem corrigirei os erros.
Ps: Numa poesia, como em uma redação, uma palavra como matarei, repetida, "mata" qualquer linha de pensamento.
Mas, o que importa é a idéia.
Depois irei refazê-la, com novos conceitos e novas técnicas.

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O começo deste fim jocoso.
O final da vida sem sentido.
O sentimento do sociopata medroso.
A dor de um romântico enrustido.

Matarei meus medos.
Enterrarei, no subconsciente, que você existiu.
Cuspirei na sua face e rirei do ridículo ao qual se permitiu.

Jogarei sinuca com seus olhos,
Encherei de sangue seus pulmões.
Se fosses homem arrancaria seus colhões.
És mulher então arranco seu mamilo;
Na sua boca, gozarei pelo prazer não vivido.
Na sua vulva plantarei sementes demoníacas.
Comerei uma por uma suas artérias Ilíacas,
Para que sua pelve seja fechada.

Te matarei, desgraçada!

Cometerei suicídio, um dia, para ficar na lembrança
Dos seus entes que sofreram com o estado da sua insignificância.
Para não me verem na cadeia.
Para não terem o gosto da vingança!

Sou o monstro que mostro ser.
Não sou nada além de matéria em decomposição.
Sou novamente o Anticristo.
Sou o morto desta nova geração...

25.11.07

Voltei.

Voltei,
A realidade me chama para avisar que minha vida apenas começara...

Voltei,
Porque me chamastes de perdedor.
Por acreditar que, na verdade, sou o retrato da coerência,
A imagem do salvador.

Voltei,
Porque sou egocêntrico,
Imbecil, menino ingênuo...

Voltei,
Porque sou vencedor e nunca acreditei que o sonho, realmente, acabou.

Voltei,
Pois sou todos os sonhos infantis;
Com alguns toques de consciência e estupidez vis...

Enfim, voltei...
Pois sou a força maior da qual tanto precisei.
Porque tenho fé em mim e isto é a única idiotice que falei...

A magia passou, o consciente se sobrepôs ao Subconsciente.
Alucinações,
Doenças filantrópicas.
Sou um novo ser.

Morri, mas tinha uma missão.
Descobrir entre eu e vocês uma relação.

Olho as paredes, visualizando, nas sombras, as almas.
Para, enfim, saber.
Sou tudo que esperava não ser.
Eu sou ao avesso você.

7.11.07

O brasileiro só se fode.

Adaptação de "O brasileiro sonhador", 2004.
Tava revendo algumas poesias e escritos antigos.
Acabei vendo esta.
Se bem que não estava assim, estava cheia de erros gramaticais.
Mas, os corrigi e aí está.
São duas histórias em uma só.


Vou voando às nuvens.
O sonho me possibilita tudo.
Guio-me pelas estrelas.
Das três Marias à ursa maior.

Torno-me um pássaro...
Criptográfo, na memória, todos os lugares por quais passei.
Até os quais nunca quis, realmente, conhecer.

Já fui até Paris, sentir o movimento astral.
Já fui para doce Roma, da arquitetura e gastronomia fenomenal...
Agora estou no Brasil.
Putz... Que país marginal!

Ricos são homens... Pobres, bichos!
Por que será que sustentam tal mentalidade Boçal?

(PAUSA)

- Uma bala atravessou a parede.
Uma criança acabou de morrer.
Seu único crime foi não ter como se esconder.

-Por que, Deus?
Por que nos abandonastes?

Triste, enfim, por saber que estes apelos não serão escutados.
Pois pequei, como tantos outros, pequei por ser, sempre, sádico. -

Racionalizei...
Então, pois, aos meus olhos, aqueles pés, contraídos, bradavam pela libertação.
Tamanha é minha dor que vôo bem alto.
E com um rasante me jogo ao chão.

Como esperava...
A morte é o fim do pensamento e início da desintegração carnal.
As vísceras já se mostravam pútridas.
Pedaços e mais pedaços, deste corpo, esparramados naquele solo fértil.
A ressurreição viria com a corrente de ar que passava.

O brasileiro acaba de morrer.
O hino nacional não faz mais tanto efeito.
A mão no peito, demonstrando amor à pátria, se tornou clichê.
A esperança deu lugar à desconfiança.

No inferno, explicava-se ao demônio.
“Cumpri meus deveres, jogando meus direitos no lixo.
Amei minha pátria, mas ela virou-me as costas.
Tentei modificar o país, honrei a bandeira.
Enfim, vi desmoronar meus sonhos, meus ideais.
A lucidez se foi ao ver a juventude falecer sem culpa”.

E ele, por fim, o disse:
"Vivestes em uma sociedade hipócrita, senil e ultrapassada.
Mas, sem fé na revolução, fostes a caça do predador de almas".

25.10.07

A libertação do pensamento.

O pensamento se afasta da liberdade poética e aproxima-se da filosofia niilista.
Morram os dogmas e fermentem a renascença
Espiritual, material e até a banal.

Entre dissabores e incongruências psíquicas,
Valho de minhas obscuras tentações.
Sirvo de esboço para o novo homem.
Sirvo de escora para novas gerações!

Traumatismo sensato,
Extraindo a inércia moral da juventude.
Batalhas sobre mitos;
Psicologia sobre escritos.

A personalização do extraterreno
Faz das claques, realidade.
Dos tolos, hagiógrafos do niilismo.
Levando ignotos a se restringirem ao cristão exílio.

Apareço como a incógnita dantesca.
Levantando hastes e proclamando a republica
Da inexistência da vida pós-morte.
Da falência dos infecundos conceitos,
Da hipocrisia e dos falsos direitos.

-Dedicado à Nietzsche-

8.10.07

O rei do banheiro.

Rei do Banheiro

Acordo.
Ainda com os olhos queimando ao Sol.
Em um lapso corro ao meu trono.
Levanto o portão do meu reino.
Arriba! Sou rei, não é sonho!

Ergo-me imponente.
Olho nas ventosas da minha linda Argentina.
Caminho graciosamente.
Mas esperem, todos pelo palácio olham-me diferente.
O que será que acontece?
Vou matar todos estes insolentes!

Então, olho para trás...
- Porra! Papel higiênico preso ao sapato.
E de repente, um grande rastro tornou-se visível ao chão;
De longe avisto aquele composto marrom, derivado de excretas, armazenados no Real intestino!

Que vergonha!
Esqueci de limpar-me!
Oh! Senhor! Será, então, jocoso o meu destino?

Saio rapidamente.
Encarar o mundo real.
Necessidade eloqüente!
Julgamento moral.

Chego ao Brasil.
E o Brasil me fará Rei!
Campanha...
Gastos...
Fortuna perdida.
E o poder? Ganhei!

Esplendorosa sensação de respeito.
Calorosa aclamação deste povo abençoado.

Primeiro dia.
Ai que alegria!
Hora de rir da sociedade e das verdades que ela sempre omitia.
Então, a passos largos, caminho de volta ao meu trono.
Mas, a história se repete como o R.E.M do meu sonho.

Sou deposto!
Suprimiram meu poder!
De reto fatal, a serzinho banal,
Causador de risos, esfíncter anal.

Sou o escracho do cidadão comum.
Ídolos passageiros.
Sou aquele,
O rei do Banheiro!

30.9.07

A relação com os personagens.

Antes de mais nada...
Tou com sono, mas queria escrever algo.
Saiu isso.
A junção de uma poesia pequena, último parágrafo, com os pausados pensamentos de Henrique, não dos personagens.


Sinto que tem uma força que rege todos os meus atos.
E sinto-me impotente perante ela.
Sinto que tudo é uma ilusão.
A existência, então, é mera confusão.

Destaco pedaços de jornais, revistas.
As fotos não eram minhas, mas imaginava como sendo.
Talvez pudesse, então, jogar aos ventos todas as verdades que
No passado omitira.
E lutar pela justiça moral e a ética de um estadista.

Mas, aqueles olhares incansáveis não seriam, por mim, tocados.
Os sentimentos, destes, não seriam os meus.
A felicidade não seria real.

Aprendo à fina força:
Os erros só levaram-me a solidão.
Afastaram-me de minha gente,
Tornaram-me infrutífero num solo de rigor.

- Escuto o bombeamento,
Sinto a sensação de ser pulsante.
Acordo deste trauma e tento levantar meu corpo
Deste chão frio.

“O sangue, espalhado por teu corpo,
Que vive enraizado nestas entranhas
O sangue, que conduz a dor.
Para alguns, regulador da temperatura corpórea
Para os viciados, apenas um meio de transmissão,
Da loucura farmacológica e da profanação”.


Quero sonhar, viver um universo paralelamente.
Quero cantar para as lágrimas que chorei quando inocente.
Quero dizer que infelizmente vivo num mundo já existente
E que as fábulas ficaram num passado que me lembrei recentemente.


(Inacabado)

22.9.07

ZZzZzZzzZZZzzZZ

hoje eu peço no teu ouvido que não faça tormento no meu
desculpe se o lamento é teu, então deveria ser nosso
mas fingir agora seria desprezo, é o que eu penso
acredite em mim se eu não dou valor, e quando não dou aí acredito
coragem já foi por aqui água de cachoeira
arrogância nunca me apareceu
mas hoje em dia se aparecer vou dizer que é minha
vem e me diz
quanto tempo já faz que não sou como você me via
descubro se fizer me lembrar se foi antes ou depois que você me viu

eu não iria querer explicar as razões por questões íntimas
daí cê vai ficar pensando que lugar ocupa
mas só vai compreender quando me perceber vazio
eu sei que enquanto estiver procurando é porque ainda não encontrou
então se não sei o que é fico escondendo tudo
e se você não me conhece, posso ser o que você quiser
mas se eu não me importar com o que disserem
a quem vou reclamar quando não importar o que eu penso?

8.9.07

Revoltas animais. - Yoshi e a delegada.

Era mais uma noite de domingo, e as aves já pararam de recitar suas sinfonias.
Eram vistos vários olhos, indignados, estuprados por uma realidade assustadora.
O corpo daquela jovem, em putrefação, demonstrava o retrato de um caos causado por uma nova síndrome social, o Canibalismo vespertino.

Rapidamente, a polícia se faz presente, retirando os basbaques daquela cena.
Os flashs incomodavam quem fazia seu trabalho, mas nada incomodava mais do que olhar os olhos da vítima bem abertos.

- Saiam daqui, urubus!
Vão profanar o sagrado corpo feminino em suas casas! - Dizia o exaltado homem da lei.

Em cada segundo que se passava a tormenta tornava-se real.
Os habitantes daquela cidade medíocre, com conceitos patriarcais, beirando o marxismo, se deparam com o horror da mente humana.
Estampado nos jornais matutinos as seguintes perguntas:
Seria este um caso isolado? A jovem moça fora atacada por um animal selvagem?

A policia federal entra em ação.
Dispersando a multidão e, brevemente, realizando a autópsia.

O telefone toca naquele posto policial.
A delegada, Balbúrdia, corre ao encontro do mesmo.
E deixa entrar, em si, a sonoridade daquela voz grosseira.
Era o médico legista, dizendo:
- Está pronto o laudo, delegada.
Venha rápido até o necrotério.
A senhora irá se impressionar.

Longos passos e descalços, até sua arma esquecera.
Logo, o aroma hospitalar toma conta de sua respiração.

- Sou Balbúrdia, a delegada deste condado, onde está o legista?
- Desculpe-me, senhora, mas esta é uma investigação federal, não poderás ter acesso
aos que trabalham neste caso. - Proferia aquele senhor, que se auto-proclamava Nefasto.

As perguntas se tornam intensas para aquela jovem delegada.
Os seus olhos já cansados, de uma noite não dormida, contrastavam com sua mente muito ativa.
Lembra-se daquela voz e pensa:
"Será que foram aqueles meninos travessos pregando uma peça?"
Quando já estava chegando ao seu posto(...) uma voz interrompe seus pensamentos.
Era o jovem cadete, Funesto, gritando de longe.

- Delegada, outra vítima encontrada.
- Aonde?
- Na igreja, pregada na cruz, recobrindo o Jesus.
- Meu Deus!

No caminho até o templo morganático(...) ela já sabia que tratava-se de um serial killer.
Afasta-se de Funesto e entra na cena do crime.
Mais uma jovem, sem certas partes do corpo, despida e com os olhos bem abertos.
Uma característica chama a atenção da jovem delegada, o corpo, ao que parece, estava insuflado.

- Afaste-se, senhora.
Fique no perímetro que demarcamos.
- Ora, eu sou a autoridade máxima desta cidade!
Tenho direito de ter informações sobre a vítima e sobre toda investigação.
- Então, vá até o nosso centro instalado, na prefeitura municipal, e fale com meu superior.
- É o que farei, então.

A neblina já recobria a cidade.
As luzes dos postes de energia falhavam.
Balbúrdia, com a imagem desta segunda vítima, ficava apavorada quando as luzes se apagavam.
No caminho até a prefeitura ela passa por sua antiga residência.
Lembra de momentos de sua infância complicada.
Seu pai ausente, sua mãe morta e a vida com seus avós.

- Senhora, onde fica Cerração? - Perguntava, um jovem descendente de japoneses.
- Estás longe, rapaz, terás que passar pela prefeitura e, depois, virar à direita.
- Onde é esta prefeitura?
- Estou indo pra lá neste momento.
Se quiseres oferecer-me uma carona, ficaria grata.
- Ora pois, claro!

Naquele carro, uma Van branca caindo aos pedaços, ela conhece Yoshi, um rapaz com seus 20 e poucos anos e com várias histórias de viagens.
A delegada, por momentos, esquecera do caso e dedicou-se àquela conversa agradável.

- Eu nunca o vi aqui. Tu viestes aqui para trabalhar? - Perguntava, Balbúrdia.
- Não, na verdade vim para passear.
Disseram-me que esta região têm ótimas cavernas, além do clima favorável para o plantio de flores insípidas, das quais trabalho.
- Então, és biologo?
Interessante, sempre gostei de biologia, mas não via trabalho nesta cidade.
- Aqui é um bom lugar para minha área, até porque, como dissestes, nenhum biologo acha que dará frutos trabalhar no interior.
- Então pensas em morar aqui? - Pergunta, a delegada.
- Bem, primeiro analisarei as cavernas aqui existentes, depois farei um levantamento dos climas, e por fim(...) deixa pra lá.
- O que?

O carro já chegara na prefeitura.
O clima ficou estranho, entre os dois, haja visto o mistério deste homem.
A delegada saia do carro quando Yoshi diz:
- Por fim gostaria de tua companhia em um jantar amanhã.
Honrarias este tão singelo homem com tua presença?
- Eu estou no meio de um caso, mas ligue pra delegacia amanhã pela tarde.
Tenho que ir agora.
Ah! Cuidado, estão tendo assassinatos misteriosos na cidade.
- Tá certo, ligarei pra ti amanhã.

Neste dois anos e meio, como delegada, este era o primeiro convite, pra sair, que alguém lhe fazia.
Mas, rapidamente ela retira de sua mente, o acontecido no carro, para dedicar-se à investigação.

- Boa noite, sou Balbúrdia, a delegada, queria falar com o comando desta operação.
- Senhora, estão em uma reunião com o prefeito, mas se quiseres esperar... - Dizia a simpática atendente.
- Pois não, ficarei na sala de espera.

Continua...
PS: É uma história grande.
Vai demorar.

30.8.07

A morte de Rique Farr Sunsa

Hoje ao acordar segreguei lágrimas,
Transformei presas em flores,
Senti a culpa pesar nos ombros.

Haraquiri!

Punhal insano, intermitente.
Motivação carnal, e novamente a loucura se faz presente.

- Infecundo, te renego proles.
O manto te reavivará pra sofreres o mal dos tolos.

Hoje ao acordar relembrei mágoas,
Atrofiei o sistema imune,
Uma picardia necessária.

Pensei.
Resguardei-me então.
Lutei e até chorei ao não crer na realidade.

Deus, te peço perdão.
Mas, viver não é mais uma satisfação.
Despeço-me do mundo, assim como me fizestes:
Com nojo e obrigação!

25.8.07

A esquizofrenia capitalista - O manifesto, pós-morte, social.

Uma lágrima e os olhos tornam-se enrijecidos.
Suas drogas e fraquezas o fazem de eremita.
Naquele momento a existência é pura conveniência.
Dilatado em uma mesa cirúrgica, pensa em si próprio.

Boom!
A morte encerra o ciclo.

- És tu a fada que cintila minha fauna?
- Não, mestre das facas.
Sou a personalização caótica do medo.
- Onde dormes tu quando estou de joelhos?
- Em estratélares, diante de teus olhos fechados.
- Uhm... Entendo.
Serás tu então aquele que me busca?
- Abra os olhos...
- Que assim seja.
- Teus sentidos foram bloqueados, não sentirás emoção alguma.
Não escutarás, não verás, não falarás.
Sou o mensageiro do teu apocalipse.
- Como assim?
- Tu viverás em estado vegetativo, és agora um corpo vazio.
- Não, estás errado!
Sou revolução.
Os sentidos embriagados na poesia e prosa.
- Tu serás o que pretendias ser.
Caminhes pela claridade e deixa a esquizofrenia manifestada.
És a direção contrária.
Saberás, então, que em todas as sonatas,
prosas socias, teu nome não será incluso.

- Então, pois, serei a flecha no escuro, sem nada atingir.
Derrubarei estes muros e encararei o mal que me aflige.
Serei o protegido e execrado.
A memória do amor perdido.
Sem meio-termos.
Vou ter o que sempre quis ter,
Dinheiro, mulheres e o poder.

Abração, Bananildo!

20.7.07

quis ouvir a minha opinião...

Fim do Los Hermanos

O disco 4 já esteve inserido ou deveria ter estado (e como ponto de partida) no recesso da banda.
A ausência de criatividade é notória, não pelo nome do disco ou pela arte da capa - esses são os sinais de maior criatividade do disco. Claro, dizem exatamente o que está guardado ali dentro: música pra boi dormir.
Mas falta de criatividade mesmo foi lançar o disco em LP.
Aliás, falta de criatividade é aquela música do Raulzito: "conversa prá boi dormir".
E dizer que a banda é quadrada.
E que Skol desce redondo.
Mas o campeão é a cerveja sol, que tem uma falta de criatividade no nome e na "capa", se chama Sol e é uma cerveja mexicana.
Los Hermanos já "nasceu" sem criatividade.
Uma banda de colégio, uma música sobre uma menina por quem um amigo mantinha um amor platônico. Não há nada mais Elvis e brega do que isso.
Banda de garagem. Guitarras distorcidas, barbas sujas. Entrar no palco fumando, (pasmem) o vocalista Marcelo Camelo ainda faz isso.
Então sim, claro, por isso foi comparado ao Chico Buarque. Não pela música.
Aliás o Chico Buarque com aquelas músicas da feijoada e aquela sobre o cotidiano é o cantor mais sem criatividade do Brasil. Pois do mundo, já citaram os Beatles por aqui, eu li. E se eu entrar para falar de originalidade, teria que antes dizer sobre um blog onde li que o Chico Buarque é estúpido e o Sérgio Buarque é um gênio.
O blog dizia: "O gênio buarque...(não Chico, o filho estúpido, mas Sérgio, o pai gênio)".
Já leram algo mais original???

"Quem é que no brasil não reconhece o grande trunfo do xadrez?" (Raul Seixas)

12.7.07

O virgem e chininha.

Estapafúrdio sentimento que brada de um peito liso.
Entrego-me na desonra de uma relação infrutífera, conclamada pelo priapismo acometido.

Desfio suas vestes e tomo posse deste domínio.
Estouvado, pelo desejo, esqueço-me da mortalha.
Acaricio seus seios nus, igualando-me ao Eros de psique.
Todo o mal, que afligia, desaparecera.

Na face deste sonho esverdeado a pureza perdia-se na incessante sedução do amor carnal.
As aves declamavam poesias, o momento chegara.
Dúvidas migravam para outrem.

-Doce criança, conduz meus olhos, pois não vejo nada.
Peço-te uma lasca de tua pele, para lembrar de ti.
Siga, então, as aves cantoras, e estacione meus olhos quando o pôr-do-sol adentrar teu corpo.

-Não irei deixar-te, pois deste sangue que tirastes estava minha essência.
Segure minha mão, e deixe-me guiá-la.

João e Maria (A vida do campo)

Acorda, João.
O galo cantou para a tormenta iniciar-se novamente.

Repousa, sofrido.
Deita no colo de tua mulher,
e deixa ela falar sobre amor. Coloca sua mão na tua cabeça, indagando, cinicamente:
Mulher, faz-me um cafuné.

Acorda, trovador.
Maria já despertou, o galo já cantou; é hora de se despedir.

"Mulher, fostes minha por anos, mas não tenho condições de dar-te o melhor. Nossos filhos e nosso gado morreram da peste. O que nos resta? Tomai um veneno, logo após seguirei o mesmo rumo e deitarei-me ao lado teu".

Flores da liberdade (A influência do sagrado)

(...)As rosas cresceram no meio da armadura de concreto.
Fixaram-se no solo, juntaram energias e dissiparam suas ideologias.

Praguejando, aproximaram-se satânicos:
"Terracota maléfica, crescei em meio ardiloso e liberta-te da haste".

Rezando, vinham os católicos:
"Que Deus venha até ti, e traga-te ternura para seguir o caminho".

Pétalas ao chão.
O âmago, do ser livre, desprende-se na gélida noite do domingo.
As flores da liberdade são corrompidas.
Do negro cálice ao sangue,
Do laicismo ao ponto final.

O conciliábulo decide,
omita seu poder, mas siga suas regras.
Das aleivosias que irás dizer, sou imune.

Superior és a todos que transgredirem meus ditâmes,
pois, assim, serás salva da ira do irracional,
do adutor de desequilibrio,
Eis que estarás em frente ao sagrado imortal.

18.6.07

samba noturno

Ah, eu já nem sei
por que é que eu me deito
depois que o sol sai da minha frente
e a lua faz sentir-me
mais perto do céu
o que a noite faz com meu peito
faz te sentir tão perto
e nesse instante eu me sinto
mais longe do resto do mundo e do sol

será que eu sou o egoísta
que só consegue te amar
e não posso dar de mim a quem ama
pois se já me entreguei a ti por inteiro
não posso dar a outra
o que já não tenho

Ah, e porque nunca soube
que você é dona de mim
depois desta noite
você vai embora
mais vale um adeus que uma demora

Saudade é melhor que tristeza
ódio é melhor do que dor
morrer é melhor que viver, deve ser
porque viver é tristeza e dor

cidade do raio

No raio que o parta, traduzo
tudo é parte e parte de cada um
pois o princípio não é o começo de nada
Breve entenda que este não é um lugar comum
Já que as flores brotam entre os dedos das meninas
e são apenas vinte horas o dia
Lá no raio que o parta
bem longe, não existem heróis bravos
por que não há descontentados
No raio que o parta não tem rádio
mas as pessoas nascem para cantar e morrem para trocar de estação
Raio que o parta é um lugar indecisamente familiar
entretanto ninguém está preso a uma família
senão sob própria vontade
Em raio que o parta uma pessoa se apaixona ao menos treze vezes em três dias
dessa maneira uma desilusão não dura tão mais tempo que quatro horas e meia

Obrigado, vou me mandar não só porque você mandou
eu vou partir feliz pra Raio city
o lugar que você inventou só pra mim

8.6.07

A história de Rique Farr Sunsa e Deus

Desertos causados por malditas idolatrias;
Conflitos por uma verdade inexistente
Cada qual tem sua idiossincrasia
Mas, porque usá-la para o "mal" latente?

O revolucionário voltou;
O real defensor da pátria.
O destemido assassino dessa plebe teocrática.
Poderemos reconstruir nosso falido mundo
Criando imaculadamente outro em poucos segundos.

Deu-nos a chance.
O aproveitamento daqui por diante
Será a nossa constante.
“Prestidigitador, ignóbil senhor!Peço a tua atenção;
Um minuto, por favor.
Faço-te um apelo para que não haja guerras.
Estas que não têm nome, estas pela fome.
Sempre causadas pelo infanto-homem”.

Um enigmático estreitamento abre-se
A espada do novo Deus corta terras e mares.
Um único segundo para a destruição dos humanos por misturas com Feldspato.
Magma! Kabrum! Fogo-selvagem.
A morte de vós, plebeus, é uma certeza lastimável.

Sou conselheiro do Rei
Não cometerei o regícidio
Aprecio a morte, a dor das perdas e dos sentidos...

Mate o africano ignário.
Mate o Estadosunidense Aristocrático.
Mate o Europeu, mas deixe seu vocabulário.
Enfim, mate todos, menos seu fiel servo, Eu, o autor desse noticiário pseudo-enigmático.

Professor filho da puta

Retratos de um professor
Mãos sujas de sangue.
Bravo! Bravo!
Clamam de capitães à infantes!

Feliz estou.
Parece o céu de Dante.
Meu primeiro dia.
Professor de Universidade.
Ensino Biologia.

Diariamente caminho pro trabalho.
Familiares acham até engraçado.
Um rapaz tão aplicado e ainda não possuir carro.

O tempo passa.
As mãos já não são rápidas.
A verdade já não é tão certa.
Sem forças pra levantar e tomar atitudes concretas;

Cometo lenocínios de conhecimento
Pela falta de verbas pra alimentar minha MORAL.
Não usurpo o governo.
Ele que enfia tudo no meu esfíncter anal.
Assaltaram as possibilidades.

Sou genitor, mas nem isso posso assumir.
A solução é sair do pais!
Da realidade, FUGIR!

Não tenho dignidade.
Sou um animal atrás de alimento pra SOBREVIVÊNCIA de minha família.
Estudei 20 anos.
Faço DOUTORADO. E agora?
Aposentado.
Sou um velho FUDIDO e economicamente frustrado.

Porque me tratastes assim, BRASIL?
Fui FORMADOR dos preceitos que teus novos filhos vão seguir.
Forneci o caminho do SABER
Omiti todas TEORIAS.Queria ensiná-los a PRÁTICA!!

Tanto tempo perdido...
Queria voltar no tempo.
Ter a chance de outro caminho escolher.

Um dia, MORREREI.
Como um homem sábio, eu sei.
Frustrado por não deixar bens.
Mas, alegre pelas glórias que ganhei
E principalmente, pelos gênios que EU ajudei.

25.5.07

se seria ético ou elegante
dizer somente aquilo que lhe convém
só vou saber se disser
e ouvir você se importar
mais do que eu me importei
e por apenas 5 minutos eternos

pra gente discutir tem que ser que me leve ou relevante pra nós
você só vê o que está escondido
e eu mudei
estou mais finito
e não te culpo
porque se eu nunca quis
ser assim então
é algo sério demais

14.4.07

falácias de cristo

ave baculum ad verecundiam
ave ad hominem ad populum
ave ignoratiam ad misericordiam

isso é macumba meu =]

O "panis et circenses" começou com o milagre da multiplicação dos pães.

"se eu não o tivesse traído
morreria cercado de luz,
e o mundo hoje então não teria
a marca sagrada da cruz"

(raul seixas - "judas")

11.4.07

o convite que faço é pra vida inteira

fuma outro cigarro comigo
e não liga se eu falar novas besteiras
finge que o som é diferente
por que a gente sabe que eu gosto e ce gosta de rock
de beira e bueiro e abismo
de rolar jaqueira

deixa passar a vida
ouvindo música de nota vencida
e fala pra mim no final
se sabe aonde isso vai dar
e fica esperando o final
porque não vai dar em nada

vamos sempre voltar pro começo
pra começar com os pés no chão
mas pra sair do lugar
tem que deixar um pé fora

mas eu que tenho os pés na cabeça
vou deixar o coração

12.2.07

´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´´

ruim não ser o que era?
pior, não ser como se espera
não ser como erra
eis que se o 'sábido' insultasse

- A vida é um circo !!
seria mesmo sábido
as pessoas não iriam rodear-se-em-si
e os velhos não resmungariam-se-em-insano
nem os boys da cidade enxergariam novidade
e seria sábado

quem te ensinou a viver
te ensinou também a falar português
e cê já aprendeu alguma coisa que faz sentido?
oops, não confunda!!
já ensinou algo que acredita no fundo, no fundo?
no fundo da onde?
ser certo? mesmo incerto de que fundo?

lamento, a vida é ingrata, sem graça
faz piada contigo, comigo
e você pirraça
vive sem gostar de viver, diz
faz você também, vai
continua, faz graça
mas não venha me dizer que é sério

28.1.07

O home bushniano

Uma tragédia assusta os tolos.
Milhares de ignotos, vítimas de um pássaro.
A comoção, a dor da perda, tornou um homem, louco.
Nasce o pierrô irracional.

O imanente equilíbrio do corpo e espírito acabara.
A resipiscência chegara, então, o homem lacrimejava.
Jurou lutar contra sua libido.
Mas, fraco como era, voltou a estuprar-se.

Virgem, como a Santa,
Ele sentia-se vazio.
O morticínio começa,
Para suprir sua necessidade de sangue-corrente.

Dos sobreviventes,
Dos ilusórios sentidos,
Da dor espiritual dos que partiram,
O homem simulou-se ausente.

Estuprou seu próprio corpo, novamente.
Bradou pelo renascimento de sua imagem,
Assassinou todos que não provaram do seu ópio.
Para, então, ridicularizar o planeta, como um todo.

26.1.07

detesto

você pensa quem é
mas não me conhece

onde tem idéias eu vi
que cê não sabe onde ir
nem sabe o que é
e não adiantaria
tuas idéias são tuas
e as tuas são minhas
e não há
espaço pra ter mais idéias aqui
em tão vai...


quem foi de lá um dia veio
não veio
se foi, se partiu
mas é de onde é
pensei que era
não é

espero um dia
ser do jeito que quero
e sonho, não sonho, mentira
acredito
não vejo, e quando vejo... minto...

sei que passou e espero
não quero
e quero saber
se a imbecilidade tem amor
se a burrice não é
o que parece

você é mais esperto
sonho mas detesto
vê-lo amar

16.1.07

Imperfeição humana

Reflexão iminente da vida não cabal.
Luta pungente, eis o homem imoral.

Resignatário, segue, rumando por uma estrada sem acostamentos.
Parar é opcional, mas o poder consome e leva-o para a perda da dignidade.
Sem moral não existe, baseia-se no Santo Testamento.

Olha fixamente para paisagens imortais, ainda imaculadas.
Acha a libertação de suas quimeras e, então, solta as asas para mais um vôo.
Torna-se um pássaro regendo uma orquestra da insanidade conclamada.

Ambigüidades tomaram conta da razão.
Abre novamente suas asas
E como um prisioneiro marginal sente, vem até ele a compunção.

Renegando tudo o que falou,
O que proferiu.
Queria bradar para todos ouvirem:
Existe um Deus, um amigo,
Mas, como teimoso é,
Prefere omiti-lo.

15.1.07

Minha mulher e seu véu

Aquele corpo malevolente
Chamativo tal como a morte por um inconseqüente.

Leva milhares à beira de um penhasco.
Torna-me bobo perante seu glamour.
Vem menina moça, vem cair em meus braços.

Juro-te, vou saber apreciar o teu doce sabor.
És a dama da meia-noite,
aquela que incendeia como o fogo.
Brilha como poucos.

Sua silhueta, a forma de violão;
O sorriso de Lady Dy enfim voltou.

Serás a prometida de um Deus?
De pouco importa.
Criarei dogmas se preciso.
Cultuarei ao demônio por essa libido.

Ó senhora do destino da plebe, escolhe-me!
Vais ver que sei fazer o amor nascer.
Vais ver que não sou o retrocesso humanitário que o teu Deus fez-me parecer.
Seu véu cai.
Ilusões de Sade se foram.
O desejo, antes ardente, agora é pungente.

O ideal feminino que todo homem quer;
Descobri que tinha a Deusa ao meu lado.
Sou o seu safado e você, minha mulher.

O homem sem fé

O extraterreno interfere nas pessoas fazendo a balança do bem e mal pender de um lado para o outro.

As fantasmagóricas imagens saem dos casulos da imoralidade.
Tornam o ser livre e, ao mesmo tempo, revelam o entejo aos que aplaudem a insanidade dos fariseus.

O vazio fornece, à choldra eclesiástica, armas para destruir
os pensamentos do ser livre.

Levado à adoração, mas não a compreende.
Julga-se incapaz de olhar ao espelho e ver a imagem de uma pessoa decente.

Anacrônico e anarquista, o homem refugia-se em suas verdades.
Destrói os muros que formara e resiste aos medos vestindo a mortalha.

Lúgubre fim, enfim, o homem se mata.

O brasileiro

A vida não é brincadeira.
A brincadeira não é seriedade.
A seriedade não é a maturidade.
Maturidade não é viver.
Viver não é privilégio.
Sacrilégio não é esquecer.
Esquecer não é o sofrer.
Sofrer não é ver a morte e a temer.

Temos forças pra fazer revoluções
Temos fé que movem milhões!
Levantemos nossas espadas e rumemos ao poente
Enterremos os políticos de nossa pátria,
E escrevemos:
"Aqui jaz um indigente"

No fundo da minha alma-coração
No extremo de minha veia-emoção
Sentirei. Lutarei. Morrerei
Pela discórdia que inocentemente causei.

Sou o egocêntrico ao espelho.
O reflexo do caos social.
Uma mesa sem objetos.
Um japonês sem seu punhal.
Mestre das obras sem nexo.
Um cavaleiro de uma corte irreal!

O falso entendimento de minhas palavras leva ao livre pensamento de minhas falácias.

Levantemos nossa matriz encefálica
E lutemos por um ideal com causa!

Atire alimento em vez de balas.
Dê escola em vez de armas!

Brasil

Falar.
Gritar.
Chorar.
Acreditar.

Ser complacente.
Ser descrente.
Ser inconseqüente.

Loucos.
Pederastas governamentais.
Brutalidade aqui se faz.
Direitos. Deveres.
Conceitos. Poderes.

Não há dinheiro pra educar.
Há capital para fraudulentamente furtar.

Nosso Haras não produz potros.
Nossos filhos não tem pátria nem amor.
As hastes da esperança sucumbiram.
As cores da bandeira se esvaíram
num mar de excretas em Brasília.

Um teorema sem demonstração não é real.
Como um Haraquiri sem punhal,estamos nós,
a lutar por um "inexistente" ideal.

O insano profeta

Santa, a paz, que conduz os tolos.
Santa, a luz, que reflete a insegurança
desse povo.

Um moinho em laboração,
Uma casa em destroços.
E agora dou-te a solução:
-Creia em mim, nos meus conceitos.
Transformarei tua casa em um mansão,
tuas angústias em satisfação.
Mas, terás que dar-me-á alma e corpo,
eis minha condição.

Mostro minha face e
Rogarás pelo meu apreço.

Da caverna que me abriga,
sinto o calor plagiar minha essência.

Dos monumentos que construí,
vejo o retrato de minha incongruência.

Vou-me, mas antes levo-os junto.
Com a quebra da promessa,
revelo meu título:
O insano profeta.

A convalescença da moral

Desperto. Um sono profundo fez-me buscar a renascença.
Nos crepúsculos vespertinos me ponho a pensar.
A maturidade chega, e com ela os conseqüentes problemas.

Analisei todos ao meu redor.
Julguei e tornei-me prisioneiros de minhas próprias criticas.
Proclamei o álcool como herdeiro e usei de armas pormenor.

Formei um purgatório.
Chorei lágrimas de culpa.
De alegrias não me fortaleci.

Abriu-se um estreito, e por ele passei.
Muralhas derrubadas, esculturas denegridas,
Vários pensamentos em construção.

Estou na minha mente.
O arrependimento aparece como em uma televisão.
Vejo meus preconceitos, asneiras e omissão.

Desalumiado, vou para a luz pela qual entrei.
Acordo e desperto.
A redenção é necessária.

Estapafúrdio momento que brada pela consciência.
Chego ao fim, como quando criança, inocente.
Ao clamar por ajuda estou enfraquecendo meu espírito,
Mas não temo a perda da antiga prepotência.
Quero apenas planar por mundos esquecidos.
E dizer a todos que não sentem o peso da palavra “perdão”
Que ela existe, e é de todos os males: A salvação.

Amar a ilusão

Havia vida por trás do sonho
Havia sonho por trás da libido
Sentia calafrios pelas extremidades
Sentia dores nos meus sentidos.

Amei as flores do Éden,
mas flores não amam.
Lutei pelo prolongamento do sentimento.
Matei-me dia-após-dia, pra quê tanto sofrimento?

O olhar faz a luz voltar a incandescer no poente das metáforas.
Novamente sinto algo nascer.

O brado guerreiro solta-se no silêncio da terra.
O puro mistura-se com efêmero
E as falácias de uma rapsódia terna
Saem de seus casulos morais.

Sinto a brisa dos mares numa montanha inóspita.

Não adianta querelar da revelação.
Tente viver a sórdida e pecaminosa ilusão.

A morte da moral

Rótulos dantescos,
Um salve a pasmaceira.

Escuto as claques da infâmia.
Insisto em dogmatismos contra asneiras.
Iconoclasta!

Insiro-me na social-decadência.
Capitalista!
Projeto-me na imagem da falência.

Um hausto monetário,
Um beóscio humanitário.
A procedência da moral é irrelevante.
O conceito antecedido da razão é a de um infante.

Na ilha da plenitude,
Na favela dos pudores,
Nos sonhos marginalizados,
Nas imoralidades dos rumores.

Conclusões me vêm à mente.
Sigo meus instintos inocentes.
(Aos 15 drogado, aos 19 decente)

Instigo a ressurreição das falácias que proferi.
E clamo na montanha racional
Para que destoem minhas ideologias sobre a morte da moral

Poder Judiciário

Somos cegos;
por incerteza da veracidade,
Surdos;
para as pressões de uma mídia unilateral,
Mudos;
para o não levantamento de suposições,mas temos o ativo tato;
para contar as cédulas de um poder marginal

3.1.07

O iconoclasta

Negação.
Esse é meu compromisso.

Violação.
A premissa do meu Eu artístico.

O papa morreu,
mas sua instituição ainda caminha pelo globo
difundindo a ignorância sobre a vida de hereges e ateus.

Irei gritar;
para todos que, assim, como eu
Sentem-se lesados por uma história decadente;
Causada pela igreja e seu apogeu.

Não me aceito.
A vida é a rejeição.

Não choro.
As lágrimas são para os fracos.

Não vivo.
Viver é demonstrar fraqueza,
é seguir a velha tradição.

Insiro na minha personalidade o reflexo das minhas criticas.
Enxerto na cavidade torácica emoções nunca vividas.

Quero ser a mentira da auto-realização independente.
Ser o louco a ignorar os ícones sociais.
Ser o lúcido a defender idéias de forma voraz.

Sou o iconoclasta.
A tudo que está estabelecido, serei o contra.
Não serei a gota divina do sangue do Cristo,
e sim suas ilusões e falácias.

A parceria dégagé-viral

Comunicação internética; frenética ilusão.
Sou eu: Vírus!, a corromper
todo o seu Hd.
Sem querer, vais ter tempo...

pra responder ao último e-mail de um certo dègagè.
- O que será que este e-mail irá conter?
- Vou dar uma dica: Abre pra ver!

Curiosa, parte pro MSN,
delicada qual condessa do Antigo Iêmen.

Travou!Fudeu!...
Aquele vírus já corrompeu!
Miserável! Por que não cumpriu o que prometeu?

-Porque é mais emocionante, dègagè,
dizer olhando nos teus olhos.

- E o que esse tal dègagè quer tanto dizer?
- Ah, descobrirás quando o vir.
- E como o reconhecer?

”Ao olhar nos olhos dele, sentirás a luz incandescer (...)”

- Não entendo de metáforas, odeio português:
Sou um vírus, não tenho nada! A dizer.
Espere-o, espere-me no sábado, na sua cidade,que eu, ele há de aparecer...

- E o que ele, você tem a dizer?
- Kwen kwen. E eu lá vou saber?

"ERRO! ERRO! ERRO! Essa operação não pode ser realizada. Todos os seus dados foram apagados. Sua única salvação é ter o dègagè ao seu lado

"Onde estás, descendente de Pilatos?

-Onde sempre estive, de onde nunca sairei.

De um pôster, no teu quarto!

A Peste

A peste que assola mente
torna-me dia-a-dia inconseqüente

leproso ante todos os doentes.
Traz depressão, mas também traz a necessária inspiração.
Percebe?
essa peste não vem de individuo são.

O preto se torna branco,
esvaem-se as cores.

Freud chama-me para dar a explicação
Pára. Olha. Suprime qualquer expressão.
Sorri breve em respiro longo.
E me indaga, cínico, o endeusado pelos gregos:
Essa peste é só mais uma abstração

Finjo não encarar a metáfora,
já que somente as estrelas me darão a solução.
Deito. Choro. Instigo a emoção
Descubro o problema.
Resolvo:
Arrancar meu coração!