11.12.07

O inconsciente

Os restos mortais, já em estado de putrefação, ocupavam o mesmo espaço.
Ao ponto que se aproximavam de uma imagem dantesca.
O membro sexual, de um deles, perfurava, como um punhal, a superfície craniana de outro.
Atravessando todo o encéfalo e de forma exógena saindo pelo maxilar, junto com os gânglios cerebelares.

Aquela imagem parecia sensibilizar o camponês.
As lágrimas corriam aos olhos.
Quando, em um lapso, vê objetos.
O alinhamento desses, até para um camponês, era estranho.
Ele inicia uma busca por bens de consumo.
Levando carteiras, relógios, celulares e um laptop.

A dor, de ver cenas bizarras, anteriormente, parecia ter sido finalizada.
A alegria tomou conta do homem.
Ao sair do carro empurra os restos mortais e todas as toneladas de ferro, que os recobria, penhasco abaixo.
Começa então a mexer nos artefatos, esses quais nunca tinha visto na vida.
Abre o laptop e se depara com a assustadora imagem.
Era a mesma imagem que tinha visto naquele carro.
O inexplicável veio até ele.

Sua mente que nunca tinha sido exercitada, agora estava em ritmo acelerado.
Suas pernas lhe levavam à beira do penhasco.
As mãos trêmulas, taquicardia, as alucinações, estavam claras.
A leveza em seu corpo propiciava-lhe forças, que pensava ele, para um vôo.
Pula do penhasco para encontrar o destino, mas antes a morte o encontra.
Como três garotos inconseqüentes, ele, ignorou o inconsciente.
Tornou-se refém da loucura e perdeu a noção da razão.

Um comentário:

Carla Aguiar disse...

Apesar de um tanto mórbido pro meu gosto, gostei da frase final:
"Tornou-se refém da loucura e perdeu a noção da razão."

Beijos, moço! ;)