25.12.08

Lágrimas de felicidade

Durante algum tempo o tempo foi suficiente
Suficiente para se obter orgulho
Orgulho de quê?
O que houve?
Alguém ouviu o estrondo de tudo desabar
Desabou de repente tudo em cima de si
E se preocupou em viver algo realmente importante
Mas o que é real realmente não há nada construído que se possa tocar
Ninguém sabe explicar ou se mantém calado
O mundo gira de uma maneira que não deixe que possamos sentir
Talvez este seja o princípio de fazer com que não consigamos acreditar em nada
Hoje não há amanhã
Se houver vai chover
São apenas lágrimas
Como a chuva que um dia
Tornou-se um rio
Vi minha alegria transbordar
Na hora em que o rio ía para o mar

14.12.08

Vejo nos seus olhos
o quanto você sonha
Percebo que sozinha
você é ainda mais bonita
E eu morro de rir
vendo teu jeito bobo de falar o que sente
Teu jeito mistério e sincero
Combina com tua mão pequena
e o toque suave
Não sei dizer o quê
mas em você, um encanto..

2.12.08

de todas as certezas a mais importante: Eu não sou daqui!

Eu posso pressentir ela chegar
Não posso vê-la
Mas posso saber da tua presença pelo seu cheiro
Eu sei quando ela está
Eu conheço o teu silêncio
e até mesmo o som do eco quando está escuro
Ou mesmo quando há barulho
Ela está em toda parte
Me faz pensar em tudo que me deixa triste
Histórias mais antigas
Não tenho uma boa história velha
A novidade é uma só
Desaprendi chorar
Tenho medo de abrir o jornal
Ligo o rádio na minha estação preferida
E ouço um jovem que grita
Não parece poesia
E a voz é até mesmo irritante
Mas gosto do Rock inglês
Não me diz nada
E me lembra muita coisa
Estive pensando em tudo isso e em você
Meu medo: a música é nova
Do fogo às cinzas
Recomeça o desespero
Que já não queima
Que se tem combustível
Já não tem fagulha
Feito medicina
Acalma, cura, mata
E eu já não sinto dor
Mas o cheiro da ferida aberta
Minhas pernas dormentes
Não quero uma mão pra me tirar da solidão
Pois até gosto de saber que ela chegou e deixo se instalar
Mas alguém que possa chorar por mim
Que me empreste as lágrimas
Pra eu derramar sob dois olhos pares tristes esbugalhados
Que quando se olham: perdem o foco!

Viola, vida e morte

De um trem para o outro
Minha viola
7 horas
Um ataque no parque
E vai embora toda aquela dor

Um tom forte
Une-se ao uivo de um lobo, indiferente
Salto os primeiros muros impostos
Que delimitam a minha liberdade
Ingênua pretensão de ser livre

De um trem para o outro
Minha vida
7 horas
Um ataque no parque
E meu corpo transborda
Leveza, com ligeira felicidade

Exausto

Que esses sonhos sonhados numa noite de insônia sejam apenas sonhos.
Pois num passado próximo a realidade que me tirara o sono não tinha a tua mão.
E eu não podia ensaiar como fazê-la compreender que o que eu sinto é amor e não desespero.
Precisava que houvesse em você o mesmo sentimento.
E agora que já não sinto mais necessidade de provar nada a ninguém, nem a ti.
Estive esperando por uma oportunidade.
Como se fosse normal não dormir.
Como se estivesse acostumado a sofrer.
Como se fizesse parte da minha rotina esperar.
Para que num momento que nem precisava ser o certo.
Eu pudesse fazer com que se sinta amada por você ser você.
Eis que caí abruptamente sentado e exausto.
E foi justamente quando você tropeçou em mim de mãos dadas a outro rapaz.
Esperei tanto tempo pela tua felicidade.
Mas acredite: não sei lidar com o cotidiano.

25.11.08

A luz que resseca os olhos

Caos.
Imóveis, os fracos ficam.
Cegos, crédulos, mudos
Veneram uma luz que não faz sentido.

“Ó, Senhor, salve-nos”

Pálidos.
Marchando, os fracos fundem-se.
O rubro, a alma, as necessidades
Violadas pela aceitação da cristandade.

Uma única força,
Um único grito,
Um único desejo.

“Ó, Senhor, salve-nos”

Um abismo abre-se no meio da multidão.
Uma luz, uma única luz, emanada de uma fenda.
Os animais fogem, os homens se ajoelham.

“Ó, Senhor, salve-nos”

- Hoje, vocês morrerão.
Não irão para o novo mundo.
Não existe novo mundo.
Hoje, vocês morrerão.

“Ó, Senhor, salve-me”

Os homens correm em todas as direções.
Os animais retornam num único grupo.

“Ó, Senhor, não me mate”

Os animais sobrevivem, pois morreriam em grupo, todos juntos, uma única força.
A luz ressecou os olhos dos homens.
Primeiro uniram-se e depois se desuniram pela salvação.
Os animais fugiram e voltaram juntos.
Todos os homens morrem.

8.11.08

Rosa desbotada.

Depois de várias cervejas, uma dose de whyskie, dois anti-depressivos e um pouquinho de vômito:

Um dia conheci uma menina.
Olhava nos seus olhos e não via expressão.
Mórbida, fria. Escondia os sentimentos.
Infelizmente, me rendi a esta escrota paixão.

Faceira, desbotada, fascinante.
Esta rosa que aparece... E cresce vigorosa.
Ancorada por muralhas de espinhos... protege o coração.

Parava entre um beijo e outro.
Lambuzava minha orelha com sua saliva do inferno.
Dominadora! Escrota!

A vida não dá voltas.
Amanhã posso não estar mais aqui.
Mas, desta rosa que espinha...
... certamente, não vou mais sair.


Ps: Quem porra é esta rosa desbotada?

17.10.08

Depressão

Estar-se ausente,
Destruindo-se conceitos,
Vendo-se louco.
Merecedor da solidão.

Pensamentos descordenados,
Inglórias passadas,
Tornar-se o vazio.
Sorriso sem nenhuma expressão.

Selando o destino,
Inventando memórias,
Jorrando lágrimas;
sem nenhuma emoção.

Versos meus, versos seus, versos nossos.
Barreiras invioláveis,
Sentimento de perda.
Eis a hipérbole da depressão.

16.10.08

Arquivo FMI =p

Meu amor
Estamos juntos no papel
E eu estou disposto a dividir
Meu tempo, meu carinho e o meu amor
É teu meu coração
E as alegrias são tuas e minhas
As tristezas só se lhe convir

Mas meu amor
É só meu
O lápis e o caderno
e a consciência, é íntima
Se você quer me confundir
assim você consegue
fazer desse amor o meu sofrer

Então vai
Sai e me deixa assim
Como você me achou: um coração pequeno
Mas não vá querer
Me ver sofrendo
Pelo bem que eu te quis, assim
Nunca sofrer

8.10.08

Ensaio sobre a cegueira - """O FILME"""

Assisti o filme ontem.
Passei mal na cadeira e não foi a quantidade de pipoca (que no final já estava me fazendo passar mal também, dada a quantidade exagerada).
Também não foi o preço da água mineral no cinema: 500ml = R$3,75.
O filme é neurologicamente agonizante, mas a mensagem é muito boa.
O curto texto no final, provavelmente transcrito do livro, torna a mensagem acessível. O que eu confesso, me deixa chateado, porque imaginei o que eles escreveram segundos antes e sou um pouco egoísta com minhas idéias.
Nunca gostei da música de mesmo nome, dos Detonautas. Muito menos da poesia do Edu. Para mim o ponto forte da canção fica pela interpretação do poeta. Apenas a interpretação. Agora então, a música ficou ainda mais vazia. Pois só fala da luz.
E olhe que eu não sou do tipo que diz que o filme é uma merda perto do livro, pois nunca leio o livro. Não gosto de ler livros. É o auge do meu EGOísmo. E da minha burrice. - (você pensou isso segundos antes, não foi?)Imagine-se pensando segundos antes o tempo todo. - O ego vai explodir.
Em outro tópico falei das Igrejas, do seu método de deprimir seus seguidores para então lhes mostrar o caminho da luz que passa por um tal Deus. A fórmula mágica, numa via de duas mãos.
Saramago parece ter copiado o método eclesiástico, mas o caminho da luz, termina em você mesmo.

22.9.08

Sobre Chaves, Evos e Morales, Ticos e Kikos.

Me assusto com a falta de positivação do direito. Com as lacunas e as imprecisões.
Não exatamente com o dispositivo.
Mas com o poder que é destinado ao magistrado.
Ao mesmo tempo não vejo outra saída, as vezes.
Modéstia à parte, me sinto preparado e justo para operar esses espaçamentos.
A tempo que me vejo tão imparcial, reconheço também os meus preconceitos e medos.
Um misto de contraditório e marginalização da utopia.
Paradoxo. Todas as ditaduras me parecem iguais. Todas elas são paradoxos.
Você é tão bom, e as pessoas à sua volta tentam te convencer também disto, que se sente capaz de escolher o que é melhor para os outros.
Se for pra escolher uma utopia, eu ficaria com aquelas as de modelo anárquico, onde todos os homens são bons e suas vontades não ferem uns aos outros. Pois "sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha. Só. Mas sonho que se sonha junto é realidade.".

Tenho um amigo que se parece muito com esse Tico. Pulsa amor por dentro e só vomita ódio.
E vejam só: em casa ele é conhecido por Kiko, embora não sei quanta gente sabe disso.

20.9.08

Um dia

No meu peito há um espaço vazio no oeste recalcado por uma parede de vidro que jamais me permiti quebrar
Tento com sucesso aparente espremer meu corpo contra o chão, para enterrrar meus ossos como um cão
A fim de encontrar uma nova via rasgo as minhas veias
e observo meu sangue escorrer pelo corredor por onde passei
Eu posso ver o vermelho do vinho pingar aonde meu peito foi rasgado
Amargando o meu presente
e adocicando o futuro dos urubus que sobrevoam minhas idéias

Os pombos cercam a minha casa
E estão certos de que lhes tomei algo que lhes pertencia
Nesse instante me vejo num horizonte vertical
Num longe inexistente

Com olhos que acusam um carrasco
Eu posso enxergar que nesta mesa há cinco lugares vazios
Entretanto entre estas paredes de um vidro as vezes fosco
Só cabe um homem sufocado por verdades contidas e miseráveis

Posso sonhar com o dia em que eu mesmo contestarei tais verdades
Neste dia estas paredes vão ouvir meus gritos
E espatifarão seus cacos por todo o meu peito
Perfurando as minhas conquistas e abrindo os meus medos
Me deixando verde, sem o sangue que escorre, pinga, e salga misturado as lágrimas de minha velha
que agora possui um pouco de mim que se pode tocar
Sinto que todos me olham
Posso sentir o sangue borrando minha maquiagem
Enquanto isso descubro que o fraco que tenta ser forte é capaz de identificar seu semelhante mais rápido
discreto ao forte, mais repugnante
e só aceita após três sorrisos misturados com um olhar distante
Porque se não é capaz de ser o que não escolheu, não é capaz de acreditar em si mesmo
Finge ser diferente de estereótipos
E a procura de um estilo torna-se bacharell do seu próprio preconceito

19.9.08

Dizei aos tolos que não os guio

Os revolucionários, de hoje em dia, não são tão revolucionários assim.
São cópias, modelos pragmáticos.
Cabeludos ou carecas.
Barbudos ou sem barba.
Gordos ou malhados.
Não falo disso, falo da maneira que manipulam a idiossincrasia dos outros.
O pseudo revolucionário não quer fazer revolução, quer posar de patriota, de bom moço.

"Viva La revolucion"
Todo jovem revoltado acaba admirando ícones oposicionistas.
Fundamentado num principio básico:
A liberdade.
Mas, a maioria confunde os próprios sentimentos.

Querer fazer revolução é atestar que sua vida pessoal não está nada bem.
Não falo nem do psicológico, decerto está bem fudido também.

Falo aqui porque alguns de vocês conhecem um pseudo revolucionário:
Tico Santa Cruz.

A única coisa que ele quer é posar.
Aparecer em revistas como um bom samaritano.
Falar de política e os jovens acreditarem que ele é um ícone.
Decerto é um ícone... É o retrato da alienação dos jovens revoltados do Brasil.
Na minha época eu bebia, fumava, lia filosofia, escrevia e mandava todos se fuderem.
Não fui um grande político quando jovem, nem preciso ser hoje.
É notório que não ligo para a opinião de ninguém, a minha já basta.

Voltando ao assunto principal...

Os revolucionários, das antrolas, saiam às ruas e enfrentavam o canhão.
Lembram-se da música de Geraldo Vandré (Pra não dizer que não falei das flores)...

(...) e acreditam nas flores vencendo o canhão.

Bem, o novo revolucionário deu um upgrade nesta frase.
Não são mais flores, como na imagem mais marcante da revolução (Jovens colocando flores nas metralhadoras que eram apontadas para eles), agora são narizes de palhaços.

Não sei se entendem o que quero falar.
Você entendeu que é um critica severa ao falso moralismo do cantor dos Detonautas?
Bem, eu não falei nada que envolva moral, mas sim.
Tudo que escrevi foi uma critica direcionada ao cantor dessa banda.

Depois de ter escrito isto, você pode estar pensando na frase tópica.
"Dizei aos tolos que não os guio".
Ela completa o pensamento de aversão.
Um pastor de campos não precisa sair de seu reduto, basta ficar parado e esperar seu rebanho.

Ah! Para a crítica ficar completa:
Um grande pensador não precisa do google.

11.9.08

++

Quando ficamos frente a frente não pude entender o que estou sentindo
O vazio lhe torna frágil e faz chorar
Mas não há quem mereça um pingo, de suas lágrimas amargas
Te amei com o olhar: Como num jeito triste de contar piadas...

1.9.08

A minha morte

A minha morte não será digna.
As lágrimas, que forem derramadas, não serão verdadeiras.
Os meus olhos se fecharão para não ver tanta mentira.

Verei viúvas que nunca existiram.
Na tristeza, na alegria, buscando ser a própria dor.
O negro, das vestimentas, contrastando com o branco de um sorriso sardônico.
E a imagem de uma família retratada em um andor.

Falsos moralistas que perturbaram minha existência.
Afastem-se deste corpo que não possui mais alma.
Chorem, estas lágrimas de colírio, em seus templos de cristã-decência.

A minha mente chama para planejar minha despedida. Recobro os sentidos, mas quando poderei crer que minha vida não passou destas angústias e raros momentos afetivos?

Compreendo que os pudores levaram-me a solidão.
Olho, então, para este fim dispendioso.
O medo, de não ser aceito, os pensamentos desconexos.
De jovem problemático, tornei-me um adulto sem solução.

Ah! Esta morte não será sentida.
Não será, sequer, digna.
Não terá parente.
Pois, agora, percebo (...).
Sou, de fato, um indigente.

30.8.08

Besteiras de sábado.

O juiz

Sem querer ser chato...
Sinto em informar:
Sou o novo juiz.
Viver virou crime e a sua fiança vou contar...
Três colheres de açúcar e seis ovos a misturar.
Uma massa gostosa e um belo bolo me fará;
Assim então te perdôo e deixar-te-ei livre ficar.
Agora, com uma ressalva, prometa que nunca deixará de pecar!

Quem ri por último( Lei Maria da Penha)

Eu choro, ela ri.
Eu a espanco, ela chora.
Eu rio, ela denuncia.
Eu sou preso, ela ri.

Eu sou solto, ela me persegue.
Eu choro, ela me espanca.
Eu denuncio, ela ri.
Eu sou preso, ela chora.

Competição peniana - Verdades distorcidas.

- Ei, cara.
- Qual foi?
- Nenhuma...
- Então, porque falaste comigo?
- Educação, seu filho da puta escroto.
- Vai tomar no cu, fresco safado.
- Vem dar uma chupada na minha bilola de 25cm!
- Essa merda não tem nem 10cm.
- Você tá duvindo é, bicha de merda?
- Tou... Tira essa rola pra fora!
- Tá, não tem 25cm, mas aposto que é maior que o teu.
- No três abaixamos pra ver quem tem o maior.
- Beleza.

1... 2... 3...

- Ah! Otário! Que pau pequeno, pau de japonês.
- Só preciso de 7cm pra alcançar o clítoris.
- Pau de japonês! Espera todo mundo saber. Estás fudido.
- Pode contar... Mas, você vai se fuder mais do que eu.
- Como assim?
- Eu direi que você chupou meu pau de japonês.
- Ninguém acreditaria...
- Rapaz, acredita mesmo nisso?
- Não sei.
- Bora fazer o seguinte...
- O que?
- Você não conta do meu pau e eu não espalho que você chupou meu pau.
- Mas, eu não chupei, porra.
- Beleza, pode chupar agora, assim não seria mentira e eu teria um segredo.
- Vai te foder, bicha.
- Não diga que eu não avisei... Imagine como você vai ficar conhecido...

Dia seguinte...

Chupador de pica, chupador de pica, chupador de pica.

- Vão se fuder, bando de filhos da puta. Não chupei ninguém.
- Ei, cara!
- Você contou, seu filho da puta!
- Ei, relaxe. Não contei nada. Você mesmo disse que não aconteceu.
- E como a galera ficou sabendo?
- Talvez eu tenha um amigo que é experiente em photoshop... E talvez ela tenha feito uma montagem.
- Seu filho da puta do pau pequeno.
- Cara, eu usei a cabeça. Qualquer coisa que tu disser pra galera vai pegar mal.
- Como assim?
- Ninguém nem ligou se meu pau era pequeno. Só focaram a chupada.
- Filho da puta!

25.8.08

¨

Essa brisa que se sente é o persuadir desalento do desejo de sentir o vento
o furacão do vento
O sonho do sono são só imagens rarefeitas
É só o sopro da noite
O mesmo que te põe a dormir

Voar caindo, rasgando o céu sem ilusões
Num simples propósito de desvendar até aonde o chão pode ser infinito
de olhos abertos, de olhos fechados
Ou sem nenhum propósito aparente
Pelo simples chilique impulsivo de um grito repulsivo que pulsa por dentro

Ante a pensamentos inoportunos
Submeter-se a quais pedaços
Talvez somente optando não pensar diante das partes
Pensar em quem para não correr o risco
de não estar vivo para se arrepender

21.8.08

21 DE AGOSTO

Fechado em meu quarto
Guardo em mim o meu maior tesouro
Minha mente intranquila
Questionando sonhos

Escuto vozes no quintal
Não é a polícia
Já não têm porque me perseguir
Será então bandidos?
E o que eu tenho pra roubarem
Se a muito já levaram o que eu tinha de valor

Na vertigem procurava encontrar
O que havia perdido ou abandonado
É difícil ter certeza
E eu não podia, deixar de acreditar

Adeus amor
Passo a ter fé
Para provar que sou mais forte que Deus
Adeus rock and roll
Entrego a dança
Troco o Lp do Jonh, por um livro do Paul

Um instante sóbrio
Me faz perceber o erro
Em punho, guitarra
Não espada, mas morte
Me torno herói Andando em Nova York
O palhaço sou eu

Neste novo século
Não entendo nada
O rebú lá fora
Fui eu quem o causou
O então profeta
Falava do Senhor
E confundiram com amor
Mas me abandonaram, as três

Horas na rodoviária
Impossível conviver com a realidade
Então saio pelos fundos
Rumo a padaria
Já sem a minha capa escura
Estranha armadura
Arrasto o meu pijama, irreconhecível
Já não sou Cowboy, mas combalido
Pois me dizem o que fazer
Depois de tudo que foi dito
Me é estranho crer então

Reforço a idéia
De que é melhor não ver, não encontrar
Pois tudo para mim ainda é fácil
Já que tudo eram verdades roucas
Quando não há verdade absoluta

Em meio a tantas verdades
E mentiras sem canalhice
Deixo uma dúvida
Uma das coisas que eu também não entendi
Mas só vocês compreenderão
Pois ainda poderão enxergar
Nesta semana a lua sobre a luz
E estará revelado um segredo
Eu que nasci num dia de sol
Encontro novamente o meu princípio
De que não me basta sonhar, só

13.8.08

Pedra Bruta

Quem te ensinou a rezar
Vai pagar todos os teus pecados no inferno
Vai queimar por suas desilusões

A quem te ensinou a amar
Resta pagar os próprios pecados em plena terra
Prá morrer cedo
E será um anjo do céu
Ou talvez vá chorar
Ao lembrar que "o fracasso parece nome de perfume"

Você é realmente uma peça rara
Pretensiosa e cara
Até me arde a mão ao tocá-la
Que sinto medo de deixar cair
Espatifar-se pelo chão
Ou esquecê-la em qualquer lugar
És tão pequena e imatura
Que te guardo em minha mão
e deixo rolar pelo meu corpo inteiro
e deixo rolar pelo meu corpo inteiro
Do mesmo jeito que te encontrei

Vou me fascinar por teu brilho
Mas baby, na luz não dá pra te ter por inteiro
Você não consegue brilhar

30.7.08

Das verdades contidas no branco pálido.

Quisera ter certeza ao escrever.
Sentir que sou um pintor de um quadro...
Já pronto.
Olhar para cada lado deste papel enquadrado
E perceber que está completo.

Alentar uma necessidade leviana
Propor-me a pensar no novo.
Quisera ter este poder...
De escrever.

Sou vítima, culpado de vários crimes.
Mas, nunca fui processado,
Pois no rodapé deste retângulo esbranquiçado,
Sou como uma enxurrada que vem forte, imponente.
Roubando a essência de meus próprios alter-egos, cometendo o plágio.

Livro-me das dúvidas, da dubiedade, de meus maiores pecados.
Lascivamente, corrompo meu monitor, minha CPU e até
o mouse e o teclado.
Eles agora me veneram, como um Deus,
Pois de toda simulação feita (...)
Não sobraram verdades pra dizer.
Apenas nutrem-se de fé e esperança,
Assim produzindo aquilo que quero:
O desespero, o choro da decência
E o orgulho da própria ignorância.

Das verdades contidas no branco pálido...
Não sobraram nem
Meias
Humanas
Palavras.

29.7.08

O amor por Lola Sartrim.

Desta luz que carregas em tuas mãos,
que escondes para que outros não a vejam,
do toque de um amor chovido,
deste olhar penetrante,
sussuro, aos prantos, nas sombras:

As chagas que me trouxestes,
a invisibilidade aos olhos teus,
os cruéis raios vindos do rio,
não são suficientes, amor meu.
Não, quando apareces na constelação.

Vigorosa, esplêndida como nenhuma outra.
Roubo o último cacho em busca de sinais cardinais.
É chegada a hora do fogo, amor.
Os pés resvalando na terra batida,
a inveja - consumindo-me - dos amantes correspondidos,
tornam-se os últimos floreios para um fim, antes, descabido.

A dor de ver em meus punhos espinhos de um Cristo,
os olhos fechados, como vidros rotos.
É a finalização desta insanidade causada por um beijo.
Os pecados deste mel que a mim fora proibido
transformaram-se em meus últimos latejos.

27.7.08

Domingo

Dias novos são iguais a todos outros
Respondo enquanto você ri
Não fica esperando alguma coisa acontecer
Pra quê mentir?
Não gosto desse jogo
Ok, se você já ganhou, então podemos parar?
Você me diz que gosto mais de dormir que conversar
Na verdade uma coisa leva a outra

Enquanto não começa outro passatempo
Sento aqui prá ver tudo acabar
Parece fácil
E de repente eu me distraio

São nem sempre pensamentos bons
Mas sempre inoportunos
Se pra tudo existe hora e lugar
Se daqui eu não sou
Que horas são por favor?

Passo a achar que alguma coisa já passou
Enquanto esperava que algo fosse acontecer
Quero entender como é que isso aconteceu
Estive preocupado em ver tudo que passa
Mas meu raciocínio é lento e acredito
Que hoje aquela coisa que me faz acreditar
Dobrou a esquina enquanto eu jogava
Ou pintou o muro da sua casa só pra disfarçar

Dias novos são iguais a todos outros
Ouço alguém gritar
Enquanto eu abro os olhos
Ou antes de eu acordar
Na verdade uma coisa levou a outra

Não tem importância prá mim
Você parece gostar
Então minha parte é sua
Sei como te fazer feliz
E juro que não ligo
Tira uma cópia da chave pra mim
Que eu dou dois toques antes de entrar
Aqui em casa é como lá fora
Estranho e pequeno demais
Mas é meu esconderijo

17.7.08

Poesia, drogas e intolerância.

Pensar. Fazer. Criar.
Poesia, loucura e, então, diagnosticar:
Desvalido o relicário.
Fatores ilusórios alteram os condutores.

O idiomatismo e seu caradurismo selvático,
Até, profanamente, assintomático.
Dogmatismo estupendo.
Ateu, adepto da profanação.

Pensar. Fazer. Criar.
Julgar de embuste para, então, furtar.
- Venha!
Tenho casamata invencível. Pode atirar.

Transcender as regras e financiar.
Credor, do amor e da guerra,
Sem pudor irei cobrar.

Adeuses, prófugo, irão te enterrar.
Lanço meus sortilégios e tua crença irá
Ao profundo lago ilusório da discriminação,
Do ódio e da moral.

Confrontos e intromissão das
Forças de prosas.
Desço do pedestal e concordo.
Ao exílio, insolentes,
Irão Clamar
Pelas mortalhas que dei a teus pais,
Pela união poética e pela
Concisão de minhas palavras e
De minhas éticas.

11.7.08

Prolixidade da vida - O adeus à hipocondria.

Poesia antiga, mas que se torna atual, pois toda vez que busco respostas olho para quem fui anos atrás.


Sentia que tinha uma força que regia todos os meus atos.
Sentia-me impotente perante ela.
Sentia que tudo era uma ilusão.
Sentia que a existência era uma mera confusão.

Milhares de "bits" perdidos tentando decifrar os mistérios do meu subconsciente.
Dezenas de horas acordado, perturbado pela falta do R.E.M. inconsciente.

Dores, mentiras que a psicanálise explica.
Queria sentir a sensação de ser pulsante.
Sentir o sangue revivendo em cada grande circulação e ser alvo de palpitação inconstante.
São desejos.
Desejos que a alma não calou, gritou.

Nunca saí da minha cadeira de rodas metafórica.
Sofria da hipocondria.
Nasci como o ser da discórdia.

Pois hoje, quero gritar para o tal Deus ouvir,
tudo o que desde o nascimento obstrui.

Dizer que quero sonhar.
Viver num universo paralelamente.
Quero cantar todas as lágrimas que chorei quando inocente.
Quero dizer que infelizmente vivo num mundo já existente.
E que as fábulas ficaram num passado que me lembrei recentemente.

8.7.08

Palavras para Lola.

Avisto de longe um mirante.
Em uma busca incessante por paz e congruência.

É uma máquina:
Função ser o anticorpo do meu hausto.
Leis, dogmas.
Certezas, inconsciência.

Como poderás entender?
Como saberás ver as antigas verdades que tu crias?
Mãe precoce, por força do destino.
Deus não ajudar-te-á.

E os sonhos prosseguem numa estrada de rosas.
O tormento não conseguiu achar-te em meio a confusão que causaste.
Genialidade fluida.
Austeridade contra as lamúrias.

Vai pra cozinha, mistura arroz com feijão.
E grita: "Eureca, uma nova invenção"

Eclética, parte para o Novo.
E lá encontra, um porto seguro para todas as batalhas.
E lá enxerta, uma raiz profunda, cravada na alma- coração dos que nunca avistaram a beleza épica .

Intelectual, genial.
Linda, fenomenal.

Faço-te uma rosa com minhas mãos
.E só te peço uma coisa:
Não prive-me de achar o teu olhar,
algo raro de se encontrar em meio essa plenitude/escuridão.

1.7.08

A miséria brasileira.

Como não consigo mais escrever poesias...
Vou postar as músicas que ando fazendo.

Vejo fome, desilusão.
Mártires catando alimento e mobília num típico lixão.
Anciãos, jovens promíscuos, dividindo pedaços fermentados de gordura.
Polidactilia, gânglios cerebelares em constante mutação.
Um açougue pós-modernista.
Aparência brutal, linhas cansadas de tanta expressão.

E assim, seguem um caminho à espera do chamado.
(Que Deus os leve)

E assim vão sofrer, utopicamente anseiando ao Paraíso em cada dia de morte.

Crucificados pelo bem do progresso, excomungados de sua fé.
Exonerados do convívio social, vistos como restos decadentes do passado.

Brasil, hoje olho pra ti;
Sem soletrar as quatro letras mágicas, eu me expresso.
Brasil, onde estão os humanos conceitos?
Enxergo pederastas, falcatruas, degenerações e defeitos!

Indignos até do inferno Dantesco;
Pra onde o vento leva o futuro do país?
A felicidade de uma gestação torna-se o pesar de seus genitores.
Desnutrição, ignorância, uma vida curta ao certo.
Eis aqui a batalha por sobrevivência de uma mãe e do seu infeliz feto:

A cruz será o destino.
Sem relevância se pecastes.
A omissão fez nascer uma coroa.
Jesus a carregou e agora tua vez, doce menino.

Fortalece o espírito, não és como Ele e sim um indigente.
Levanta-te e segue. Ruma para o céu, onde finalmente serás “gente”
E leva tua coroa, como teu pergaminho.
Diz aos infiéis, os teus sonhos e que onde agora são rosas antes fora espinhos.

20.6.08

Como falar de amor?

Como costumo postar coisas sentimentais, tais como poesias e blá blá blá, resolvi repensar minha vida - comparada com a palavra amor - .

Nasci, cresci, não me reproduzi, não morri.
Interessante pensar que um ciclo está incompleto
por acreditar que a sociedade medieval estava correta.
Até porque vemos, diariamente, que quase todos pensam deste jeito.
A meta, da maioria, é crescer, ganhar dinheiro, formar família e morrer dignamente.
Mas, quando pensamos que ao ser rico, onipotente, esquecemos do morrer "dignamente",
percebemos que a morte realmente é o fim.
Quando estamos velhos lembramos de nossas conquistas, da conta do banco, dos nossos filhos e netos, mas esquecemos do que é ser digno perante o fim dos tempos.

Como falar de amor, se este é contado como lucro?
Como falar de vida, se esta é temporal?

Não há como relacionar amor com vida sem pensar nos temas melancólicos das novelas mexicanas.
Mas, esta relação está correta, é utópica.
Viver tendo amor por alguém é uma prisão.
O espírito livre não pode ficar aprisionado numa relação longa.
A vida é atemporal, diferentemente do amor.
Espero um dia encontrar uma mulher que me diga aquelas baboseiras que os apaixonados falam, mas também espero que encontre outra que diga que eu sou filho da puta narcisista.
São opostos de mulheres, mas estas são congruentes quando penso que a mulher perfeita encontra-se no meio termo.

Viver sem amor, conseguimos.
Amor sem viver, não conseguimos.
Isto é lógica, mas não é interessante.

Hoje encontrei alguns amigos no posto.
Quando voltava pra casa vi um casal aos beijos, encostados num muro sujo.
Duas pessoas, extremamente, feias.
Acho até que a mulher não tinha dentes.
Mas, eles se agarravam, sarravam como esta fosse a última noite de suas vidas.
Talvez isto é o que falta para compreender esta relação idiota que estou fazendo.
O amor transcende o corpo.
E eu vou dormir, estou bêbado, mas feliz por saber que misturar anti-depressivo com alcóol não mata, pelo contrário, deixa-me vivo!
Até mais, Rique Farr Sunsa, foi um prazer lhe conhecer.

13.6.08

Fui até ele e disse:

- Toma a tua cruz, e deixa o milagre comigo
Mas ele não deu ouvidos
Então peguei a pá, a enxada, e enterrei sua cruz
- Deveria ter apanhado seus artefatos circenses antes de partir! - gritei
No boteco bebi vinho até o outro dia
Tão logo amanheceu e percebi o milagre aparecendo pra mim
Era a cruz enferrujada
Desenterrou-se e assentou-se novamente sobre a minha cabeça
Dei de ombros
Olhei para o céu com desdém
Caminhei até um lugar deserto, mantive-me calado por toda aquela manhã
Cavei até à noite
Enterrei a maldita bem fundo desta vez
E quando estive indo embora daquele túnel, o milagre se refez
Carcomida pesava agora a terra que a inundou
Não conseguia chegar até o topo
Via uma luz branca, e era a lua, parecia se aproximar, mas eu estava parado, enterrado

- Do teu destino não desertarás - ouvi
- O livre arbítrio é propaganda abusiva - repliquei

12.6.08

A bolha.

Os passos, cadenciados.

Os olhares, desconfiados.



- Vinde a mim, sou a salvação. - Grita um jovem profeta.

- Quem és tu que vociferas, herege? - Um revoltado senhor pergunta.

- Sou a sobrevivência da tua raça, do teu credo.

- Não tenho raça, demônio, não tenho credo.

O divino punirá suas insanidades!



Os passos, cadenciados.

Os olhares, desconfiados.



- O homossexualismo é uma doença.

A existência do homem é baseada na fecundação.

Deus não salvará um mundo homossexual. - Brada, ao centro da Terra, o profeta.

- Preconceituoso! Matem-o! - Grita uma voz na multidão.



Os passos, acelerados.

Os olhares, desconfiados.



As manchetes do dia:

" HOMOcídio!

Homem é morto ao pregar a heterossexualidade, ninguém foi preso".



O caos, a cidade.

O fim, a imoralidade.

9.6.08

Carta ao meu amor - O povo do interior.

Acabei de achar isso.
Hermeticamente está terrível, mas para a época acho que ficou bom.
22/09/2003.
Banana, se lembra deste tempo?

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Entre encontros e desencontros,
Na memória de um povo humilde,
Onde ter cultura é ser anti-social,
Onde ter dinheiro é sinal de felicidade,
Acho um lugar pra pensar.

Sobre momentos, sonhos.
Em todos os estrondos
Que causastes ao entrar sem bater.
Ao roubar parte da minha alma-coração
Levaste pra junto de ti, parte de minha indignação;
Contra um povo apalavrado, um povo ao qual tenho aversão.

Homens e mulheres comprometidos com o capitalismo.
Aqueles que nunca sequer diferenciaram o social do comunismo.

Humildade?
Só os tolos terão.

Cristandade?
Sinal de prosperidade econômica.

Humanidade?
Infelizmente, não é para todos, senão
Os reacionistas, a nata cultural dos grandes centros,
Os comprometidos com a razão filosófica do ser,
Sem ao menos oito anos de estudo ter.

E pessoas de uma cidade
Tornam-me bobo
Perante a falta de dignidade,
Perante a desistência na primeira dificuldade.

Mudanças?
Ilusões.

Esperança?
Uma pergunta que não cala, mas não traz soluções.

O povo do interior nasceu com o propósito
De ser inspiração para músicas de forró e escrachos de cultuação ao óscio.

29.5.08

mestre: zé-da-feira

- Basta! - disse o mestre. - Já que você insiste que lhe fale sobre a vida direi ainda que já tenha lhe dito que a vida não é para ser aprendida, mas para ser vivida.
Ensinamentos servem apenas para ajudá-lo a aceitar coisas que são difíceis ou eu diria até por mim impossíveis de serem compreendidas justamente porque sempre procuras o porquê, a razão, quando o mais importante é agir, sentir o momento.
Como já disse um tal Raul: "Tem gente que passa a vida inteira travando a inútil luta com os galhos, sem saber que é lá no tronco que tá o coringa do baralho."
Hoje vou lhe dizer que deves imaginar a vida como em um teatro.
Em um momento você pode estar na platéia aplaudindo os astros e estrelas do momento. Talvez você não dê seu devido valor, mas os astros e estrelas não são nada sem as platéias.
Em outro momento você pode estar lá, em cima do palco, e ser aplaudido como a sensação do momento.
De repente você pode ser vaiado pelo pessoal do fundão, indiferente ao pessoal do meio e a primeira fila vai até sentir pena do seu embaraço. Mas isso não significa que você atuou mau, mas que não se pode agradar a todas as platéias.
- Mas mestre... - tenta perguntar o discípulo e é interrompido pelo mestre.
- Sim, sei o que você quer me perguntar. Será que vale a pena?
Pense que o que não vale a pena é assistir a mesma peça todos os dias, do mesmo lugar, no mesmo teatro.

21.5.08

o.O

Não confunda marcas de suor com lágrimas
Cartas de amor não podem ser reescritas
Teu coração não aceita ser manipulado
Quem vai convencê-lo estar errado
Enquanto cego você não tem condição
Aceita aquilo que te vem
Aprende a gostar, de quem gosta também, de você

Acalma-te, pois tua alma não se cansará
Ainda que sintas teu corpo pisoteado
Deitar-te com alguém que se quer estar ao lado
É loucura, as vezes pretende ficar só
Enquanto se é má-companhia pra si mesmo
Então precisa rever, aquele dia
Prá saber aonde vai
Daqui a meia hora vai estar se lamentando

15.5.08

Sarcoley e Lola Sortim.

Sarcoley acabara de trair a mulher que amava.
Tinha se perdido numa relação infrutífera, desregrada.
Quando sua alma bradava pelo perdão de sua amada ele proferiu, para a sacada da janela:

"Mata-me, mulher, se um dia
a melancolia roubar-me a vida.

O amor, silenciando as vozes que guardava no peito.
No escárnio, mar de excretas, perdi-me na profanação.

Mata-me, mulher, se um dia
a peste consumir meu corpo.

As meretrizes, libertinas, desenraizavam o senso.
Pequei, amor.
Satã concedeu suas novas coroas de espinhos.

Perdi-me no deleite carnal.
Entrelaçado pela nudez da esperança.

Ah! Se pudesse ver a face lívida e angelical.
Protelaria as cantigas dos seres uivantes.
Relampejaria as agonias do espírito que, enfim, reviveria.

Ó, senhorita!
Perdoa este ingênuo pecador.
A orgia findara.
Dedicarei alma e corpo à tua vontade".

Vendo tal dedicação, paixão, a mulher que roubara a essência, do amor de Sarcoley, rendeu-se.

- Ah! Sarcoley, a nossa paixão...
Dissipará mares e terras,
moverá montanhas;
Na vida acabara,
mas na morte é eterna.

Sarcoley, aos prantos, puxa sua arma.
Ajoelha-se e se mata.

12.5.08

Samba de henrique

Deixei um scrap pra ti
Coisa simples, assim
De um poema que eu li, num blog qualquer
Mas já faz uma semana
e você não respondeu

Vou ficar fora do ar
Vou ficar fora do ar..

Até parece, que me bloqueou no msn..
Nem parece mais a mesma
Mudou o perfil do teu orkut
Apagou as fotos
E nem aparece mais, na comunidade...

Chama o técnico pra ver..
Se é vírus ou um bug
ou se é raiva de mim
Se é problema de memória..
Deixa eu abrir teu HD..
Vê se manda um e-mail
Talvez passe na lan house
Pra gente se entender...........

Bem, vamos fazer um backup
Vem, vamos fazer um backup
Bem, Vamos fazer um backup
Vem, vamos fazer um backup..

Vou gravar você no meu pendrive usb...

7.5.08

Quem pode fazê-la chorar

Não faz assim mulher
Se ele não te quer mais
Então procure quem te faz feliz
Você sabe que fez tudo certo
Porque foi sincera com seu próprio coração
Se ele não te ama, e te quer por perto
Vai te fazer sofrer em vão
É um sujeito desajeitado, e chora, sem nenhuma razão
Era o teu homem perfeito, teu príncipe encantado, mas foi embora
E não pensara em voltar até então

(ela)
Sem saber se é só pra guardar ou amor
Peço que vá embora
O meu coração
Faz um tempo que não chora
A saudade é bem melhor
Do que ver você Lamentando a separação
Tudo aquilo que a gente desenhou
Foi você quem fez questão de apagar
E diz pra mim
Quer uma chance
Será que é pedir demais?

(ele)
Me perdoe, princesa
Eu voltei para ficar ao teu lado
Por todas essas horas
Não suporto
Vê-la com outro rapaz
Um ninguém melhor que eu
Pois só eu, quem pode fazê-la chorar
pois só eu, quem pode fazê-la chorar

6.5.08

Filho pra quê? Filho por quê?

É sinônimo de trabalhos excessivos,
amor dividido;
desilusões marginais, intrigas brutais;
menino frágil, que rouba meu sono,
pertuba e desconcerta minha existência,
calma amigo, falsa paciência!

Quando pequeno, já vomitava suas aptidões:
incedeia a casa, cria furações;
cuidado papai, com o seu coração!
Cresce rápido em sua capacidade de subversão,
mistura sal com açúcar, diz ser uma nova invenção,
vai à carteira do pai, com mais facilidade e prenda,
que o nosso leão do imposto de renda;
reclama do conflito de gerações,
em que o velho luta para conservar
e o jovem, para fazer revoluções;
mas, que seria de mim sem você. filho?
Síntese de todas as minhas emoções.

Dilson Siqueira de Assunção.

Questione!

Você sabe o que é ser independente?
Você sabe pelo menos o que sente?
Você conhece os segredos de sua mente?
Você arrisca seus ideais e vai na frente?
Você vive sozinho entre a gente?
Você acha que é o único descrente?
Você acha que não há mais nada que se invente?
Você se afoga no amor como uma torrente?
Você concebe que ser homem, pensar e escolher
São coisas divinas e inerentes?
Você se esconde atrás de sua covardia latente?
Você se deixa levar pela vida, por sua corrente?
Você tem medo de envelhecer, ser impotente?
Acorde! Não pense! Viva, urgente!

Dilson Siqueira de Assunção

pensando baixo

Você é minha
E quando eu te vejo
Seus cabelos que eu me enrosco
Seus olhos em que eu me perco
Eu não esqueço
Você é minha
Você é o meu sossego
Você é tudo
e mais um terço
É o que eu desejo
Você é muito
É mais que eu mereço
Você é vida, e daquele jeito
Você é capaz de me fazer feliz
Você é calma e é desespero, não te ver
Você é dona do meu sorriso
Você já devia saber
Quando escolhi ficar com você, não escolhi
Você surgiu de repente
O que eu sempre quis
Como viver sem ter você?
Vem e me diz como fazer
Como viver sem ter você?
Não posso mentir para você
Meu coração só você quem pode sentir
Você pode ver no meu olhar
Só tenho você
E quando não tenho
Meus olhos não podem ver
Vejo você em tudo que eu faço
Em tudo que eu aprendo
Em tudo que ensino
Em tudo que existo
Eu só existo com você
Eu não existo sem você
Não há sentido
Não há nada igual
Minha, e de outro jeito
Não poderia ser
Ar que eu respiro, seios em que eu me deito
Você é minha
E quando eu te vejo
Seus cabelos que eu me enrosco
Seus olhos em que eu me perco
Eu não esqueço

4.5.08

A profanação da realidade - O homúnculo no navio negreiro.

Partes por partes fechavam-se as paredes de um calabouço.
Partes por partes, no mundo feérico, eu não estava preso como os outros.
Atormentados, pelo desconforto espacial, por dejetos humanos,
E pela falta de esperança no sobrenatural.

Olhos e mais olhos na escuridão.
Fixados em um único ponto:
A porta que lhes daria a liberdade.

As dúvidas das crianças se tornavam incessantes.
Mas, nada era tão irritante quanto o falastrão ao lado,
Com suas lamúrias e contos sobre a vida errante.

Então, indignado, bradei aos ecos deste pedaço de madeira:

Deus,
quem será digno de tua compaixão?
Quem libertarás do cárcere?
Quem será o último a gritar:
Liberdade para a profanação?

O choro era escutado mais forte.
Crianças, jovens, adultos e idosos.
Choravam e choravam.
Pois percebiam, neste momento,
que seus parentes eram só a contagem de mortos.

28.4.08

prelúdio

não te conto o que não vi
e o que eu quero esquecer
lembro que não fiz
vou embora antes que recomece
eu não tive medo
e mesmo que tivesse
agora esqueci

só pensei, pensei demais
antes não pensava
pensei voltar atrás
e antes não me importava
tanto fez, o que você fez
tanto faz

é verdade que você ficou
e é mentira que eu não quero mais

não abre os olhos na direção dos meus
você não tem o direito
e eu não tenho a obrigação
desejamos sempre o que não podemos ter

26.4.08

Um certo homem...

Postando poesias do meu pai.
Esta foi escrita para o ídolo máximo das 2 últimas gerações: Ernesto "Che" Guevara.

"Certo dia, conheci um homem.
Fiquei pasmo com a crueza de suas verdades;
Não tinha meias-palavras
Para exprimir seus angustiados pensamentos:
Era ousado, como os insanos, os amantes, os infantes;
Falava manso, macio;
Arrumava as frases
como facas afiadas,
que dilaceravam a paquidérmica
couraça das consciências.
Era presença obrigatória junto aos ninguém, aos nada da vida.
Combatia a ausência,
corria, tinha pressa,
sabia do traçado tortuoso
de sua curta existência;
Dizia coisas incompreensíveis:
Éramos iguais como são os
monótonos rostos chineses!
Vivíamos sob a mesma lei
E tínhamos o mesmo destino, puro, limpo, cristalino.
Curava as pessoas com conceitos filosóficos e, mais ainda,
Quando nada dizia, ou da medicina se esquecia;

Era médico de profissão,
Humanista por vocação,
Libertar era a sua missão".

Dilson Siqueira de Assunção.

Constituição Universal

"Tenho direito de comer o pão que esfomeia milhões?

Tenho direito à liberdade,
mas não esqueço a falta que isto faz a milhões.

Tenho direito de viver,
sem esquecer que alguns nem opção têm de nascer.

Tenho direito a um pai que não seja angustiado,
pois no seu país não foi abandonado.

Tenho direito a uma mãe meiga e inovadora,
que não tenha suas mão calejadas pela tirania de uma vassoura.

Tenho direito ao balbucio,
tenho direito à linguagem, ao cio.

Tenho direito ao colo edipiano,
com o colo de quem amo.

Tenho..."

Dilson Siqueira de Assunção.
Livro: O homem comprometido(1992).

16.4.08

Lixo humano

Kkkkkkkkkkk
Tava lembrando de um e-mail desaforado: Lixo humano.
Acho que estava com uns 16 anos, no 2 ano.
Lembro que mandei pra todos meus contatos do hotmail.
Apesar de imaturo, o texto, ficou legal.
Gostei e resolvi postar.
Data: 22/10/2002.

Um dia conheci uma pessoa.
Ao primeiro olhar parecia ser muito especial, mas então paro pra pensar e repito na minha cabeça milhões de vezes a mesma pergunta:
"Será que o que vejo é verdade ou simplesmente uma ilusão desta mente perturbada?“.

Realmente não sabia a resposta, também como poderia saber responder a pergunta mais incessante da humanidade:
A vida é uma simples brincadeira de um desocupado ou um acaso?

Poderia ficar pensando horas e horas, meditando se possível, mas não entenderia como a maioria das pessoas acha-se convicta pra afirmar que realmente existe um Deus.

A fé é o melhor negócio, sem dúvida.
Quando acontece algo bom em sua vida você agradece a algo que você mesmo desconhece.
Uma forma inanimada, sem cheiro, sem vida.

Eu me sinto escanteado da vida pelo simples fato de minhas ideologias não serem iguais as dos que me cercam.
Fico me sentindo um boçal, mas não deveria.
Segundo um grande amigo meu, talvez o único que quase consegue compreender essa mente confusa, prolixa, disse:
"Meu amigo a vida é injusta, e o pior de tudo é que a justiça é relativa"
Aí, ao chegar em casa, me deitei e foi o começo de mais umas dúvidas.
"Por que me chamam de louco só por tentar expressar meus sentimentos quanto à fé?"

Falando em loucos, acho, que eles vivem melhor do que pessoas como eu.
Pelo menos têm o direito de se expressar sem ser rotulados.
A loucura realmente é o alimento da alma.
Vocês sempre anseiam o mal a alguém, mas oprimem esses sentimentos, às vezes, porque não acham conveniente.
Realmente eu posso falar com toda certeza que vcs são a escória do mundo, o lixo humano criado por uma sociedade que só visa uma coisa:
A criação de monstros.

12.4.08

alguns segredos

Há algum tempo atrás
Decidi que não queria ser um companheiro dessa vida social que o amigo tanto critica
Na estratégia, claro, de não perder ao irmão
Bom mesmo é te encontrar por acaso, mas as coisas boas são infelizmente muito raras
(ontem aconteceu)

E a carne é fraca, e as vezes sangra também

Gostaria de ter estudado mais na escola, pasmem
Descobri que dizer que escola não presta e que não se aprende nada
é somente uma burrice muito gostosa de dizer
E diria tão quantas vezes disse, tudo de novo

Quando pirralho, eu achava que as pessoas adultas conversavam sobre coisas sérias
Que trabalhar era muito sofrimento, em todos os casos
Posso lhe dizer que a roda de amigos meus não perde em nada para a conversa de velhos ricos daqui de Recife, e de qualquer lugar
Não sei quem vai entender o que estou dizendo

Em suma, a gente se ilude muito
Muita gente acredita em super-heróis
Super-amigos
Super-emprego
Super-felicidade

A vida é como tenho dito - insignificante
É pra mim, comer um estimulante após o almoço
- pode ser um café ou um chocolate
É mesmo tomar uma skol long neck após o expediente
É fumar um cigarro voltando pra casa

Mas se não tiver amigos de verdade e uma mulher que ama, vai tomar uma caixa de prozac, beber uma garrafa de pitú e fumar um kilo de maconha

Descobri o que é ter família há 02 meses atrás
São amigos que a gente não tem vergonha de dizer que os ama, mesmo não conhecendo a casa dele, os seus filhos, sua esposa, e o seu cachorro. Mesmo ficando sem vê-los por 6 anos inteiros
Isso são tudo coisas que colocaram nas nossas cabeças
Meus amigos, as vezes sem motivo para sê-lo, serão meus amigos para sempre, e poderão contar comigo até mesmo quando não quiserem
Não tenho vergonha de dizer eu te amo
Porque sempre fui autêntico com meus inimigos
Evitando tornar-me pedante

Sei que todas as pessoas são iguais há muito tempo
Iguais em suas múltiplas diferenças
Deixei de acreditar em maldade
Não existem pessoas más
Existem sofrimentos
Não estou tirando a culpa dos sórdidos
Só querendo dizer que mataria alguém se valesse à pena
E que sei que me matariam também

Não existe idade
Existe cansaço, doença, stress
Ninguém fica adulto
se adquire experiência - ou não
Ah!, as cobranças aumentam com a idade
Você acha que não pode mais errar
mas vai continuar errando

Não fica se cobrando tornar-se um alguém diferente do dia pra noite
Porque cara, isso não existe
E faça pra você o mais fácil
que é diferente do que é mais fácil pra mim

cada um com seus problemas e complexos
penso que é desse jeito
pois se não fosse, não pensaria








"Seus pais são crianças como você, o que você vai ser, quando você crescer"

Confissões para Banana...

Não sou aquele que dizia ser o poeta da jaqueira.
O poeta da jaqueira morreu, não ressuscitará!
Sou um medíocre que pra escrever precisa observar os outros.
Banana, teu amigo morreu quando percebeu que não era um adolescente.
Morreu quando descobriu que a mulher era mais complexa do que uma xoxota apertadinha.

Não sei o que tou falando, mas tou falando.
Tou demorando pra corrigir os erros.
Já contei 7, só neste textinho de merda.

Enfim, morreu quando descobriu que era muito perfeccionista, se achando perfeito.

Sem vaidades Farrapa não é nada.
É só um merda, anti-social.

Achas que Farrapa tem vários amigos?
Ele continua com as mesmas amizades.
As pessoas que admiram Farrapa são as mesmas que vomitam na privada todas as noites.
Farrapa é o lixo...
O fedor, deste lixo, só é sentido por quem se acha igual a Farrapa.

Banana, você tem salvação.
Invista na pessoa que você é.
Não tente retroceder.

7.4.08

Triboulet não morrerá.

De anedotas convencerei os fidalgos a amarem a loucura.
Rirão de suas próprias faces, sem espelho, ao menos visível.
Pregarão minhas orelhas em árvores, como forma de tortura.

Mas não hei de desistir!
O Rei dos bobos irá me salvar.
Puxará sua espada de borracha e, com maestria, os guardas ele humilhará.

Depois de tanto sofrimento, irei ao encontro da Majestade.
Ele me olhará, fixamente, e não conseguirá manter sua pose.
Pagará para eu visitá-lo, diariamente, e aos poucos ganharei sua confiança.
Tomarei, então, o poder deste insolente!

O reino da comédia estaria pronto para um novo governante.
Sem eiras nem beiras, tornarei-me uma lenda!
Poderão arrancar minhas roupas, roubar meu sorriso, cortar minhas mãos, mas nunca poderão tirar, de um Bobo, o poder de gerar risos.

29.3.08

(Com Henrique Farrapera)

Olhos fundos por pensar em você
Veja, não sou mais
Quem eu era a um tempo atrás
Me sinto bêbado mesmo quando estou sóbrio
e querem que eu seja sempre legal

Mas meu mal é te querer assim
Ou somente te querer apenas
Ficar pensando a noite inteira
ou até enlouquecer
Seguir perdido e não saber
aonde isso tudo vai dar?
Não sei mas quem é que vai estar aqui
Não sou culpado por te querer, e sei

Quem dera eu poder um dia te guiar
Sem saber pra onde estamos indo
Sei que você gosta do meu estilo
E que as vezes também pensa em sair, sem destino

Então segura na minha mão
Essa tristeza que brotou em ti vai se apagar
Na verdade a vida é muito pior
Mas não precisamos fazer parte dessa vida
Nossa vida é bem melhor

~~

Atrás num passado distante somente pro tempo
Longe e depois da janela
Mora um sentimento onde a felicidade se esconde
Depois que fui embora e o meu sorriso ficou na boca dela

28.3.08

////

Se é que você acha, que eu gosto de sofrer
Saiba que eu gosto, de quem gosta como eu sou
Se você me acha do jeito que encontrou
Saiba que eu me acho, do jeito que eu sou
Se você se acha, onde foi que procurou?
No ego na barriga, aonde eu não estou
Saibas realizas o meu sonho de criança
Pisar em quem tirou, meu fio de esperança

Bem verdade, fez melhor do que eu faria
Por falta de coragem, ou por minha ironia
Ironia ter você, todo tempo aqui comigo
Pela minha paciência, ou insignificância
Hoje tua presença não é mais esperada

Não engano mais
Me proponho
Mas falta talento

27.3.08

O despertar do último romântico.

O outono chegara rapidamente.
O vento forte, as folhas caindo, graciosamente.
Escutei o canto de mil pássaros da minha janela, mas não pude cantar e voar com eles.
As sensaborias desta vida tornaram a existência uma mera conformidade.
A cobiça e aspirações foram deixadas de lado.
Só o canto dos pássaros me facinava.

Na posse de alguns trocados saio todos os dias pelas ruas de meu bairro.
Compro um jornal na banca da esquina e começo a caminhar.
Algumas senhoras olham, perplexas, para as vestes, antiquadas, que recobrem meu corpo.
Percebo o quanto ostentar elegância se tornou fundamental.
Mas, o espírito livre não precisa ser elegante, charmoso. Basta ser livre.

Nesta longa caminhada passei por vários espelhos, mas eles não me mostraram nada.
Vi um rapaz barbudo, com cabelos desgrenhados, mal-tratados, apenas.
A aparência grotesca há de ser contrastada com a alma pura do penúltimo romântico, que
das lágrimas derramadas no passado imortalizou as sombras, destas, em sua própria face.

O sol começa a nascer.
É chegada a hora de respirar profundamente, reduzir os passos e abrir, lentamente, os olhos.
A claridade, romperá na madrugada, fornecendo a esperança de um novo amanhecer.

25.3.08

A sátira do poeta.

Se puderes fazer algo pra ajudar alguém que amas, jogue seus direitos no lixo e cumpra seus deveres.
Coragem para tanto?
Não terás nunca.
És fraco.
Iludido por histórias de 2000 anos atrás.
Vivendo de passado.

Sejas tu a liberdade que ficou grávida
E que deu a luz ao novo.
Decida-se entre o bem e o mal.
Qual escolherás, Insanidade?
A ardência de uma paixão ou o temor da morte, seguindo
O curso natural da vida igualitária do único cristão?

Dúvida digna de um asno.
Mas, não te preocupes, o Opositor sempre será uma solução...
Prometerá mulheres e cerveja e te dará uma vassoura e um carro de mão.
Para não ficares infeliz, O Demo, fará uma última boa-ação.
Puxará da cueca um documento e te dirá:
- Eis um passe. És livre da escravidão!
- Então, o que farei por aqui?
- Bem, para isto terei que chamar meu amigo...
Negão!
- Putz! O que este cara faz?
- Bem, pegou prisão perpétua.
Estuprador... Puta vacilão.
- Ele vai me estuprar?
- Mas, claro. Esta é minha única diversão...

Depois de horas e mais horas de sofrimento, és livre.
Pára pra pensar...
- Sou Fragmentos de duas metades opostas.
O bem e o mal.
Será que serei acolhido no Mundo da Plenitude?

(Pausa)

Inquietude.
Acabo de implantar uma semente numa terra, antes, inadubável.
Colherei os ramos, os frutos deixarei pro plebeu insaciável.

(R.E.M. despertado)

Uma máquina acaba de ser criada.
Uma nova criatura, em meu controle, inanimada.
Instalo-me em seu cerebelo.
Manuseio seus passos.
Mostro o caminho para a torre sádica.
Ele não me obedece.
Paro. Solto-o. Reflito.
Eureca!
A panacéia social está descoberta.
Após a tormenta, um homem descobre que ama a si próprio.
O amor verdadeiro.
E neste bonde de revoluções venho eu de passageiro...

Clamor da razão e da emoção.
Aquele que inspirou presidentes e suicidas.
Esperas que revele o meu nome?
Calma, só mais um pouco de enrolação...
Sou o espiritual segredo, a imagem e semelhança,
A doença de pobres e ricos.
Eis que sou:
A imaginação.

Ps: Isto é uma sátira. Como toda sátira plagiei um autor( Rique Farr Sunsa).
Bah!

25.2.08

O Messias que de tão iluminado esqueceu de iluminar

"O Messias Indeciso"
...
Certa vez houve um homem
Comum, como um homem qualquer
Jogou pelada descalço, cresceu e formou-se em ter fé
Mas nele havia algo estranho, lembrava ter vivido outra vez
Em outros mundos distantes, e assim acreditando se fez
E acreditando em si mesmo
Tornou-se o mais sabio entre os seus,
E o povo pedindo milagres, chamava este homem de Deus
Ah! quantas ilusões
Nas luzes do arrebol
Quantos segredos terá?
E enquanto ele trabalhava, na sua tarefa escolhida
A multidão se aglomerava perguntando os segredos da vida
E ele falou simplesmente: destino é a gente que faz
Quem faz o destino é a gente, na mente de quem for capaz
E vendo o povo confuso, que terrível cada vez mais lhe seguiam
Fugiu para a floresta sozinho, para Deus perguntar para onde ia
Mas foi sua própria voz que falou, seja feita a tua vontade
Siga seu próprio caminho, para ser feliz de verdade
E aquela voz foi ouvida por sobre morros e vales
Ante ao Messias de fato, que jamais quis ser adorado
...

(raulzito)

23.2.08

O poeta que de tão bêbado esqueceu de beber.

O mundo encontrava-se em azul e vermelho,
mas eis que aparece o resultado deste incandescente distúrbio.
As faces, das pessoas, desconfiguradas, e a altura, como seres displásticos,
tranformavam a imagem do amanhã na incerteza da sobrevivência.

A credibilidade do poeta seria a loucura incessante, pois no meio do caos, onde corpo e alma desagregam, intitula-se profeta.
Veste sua farda, liga o computador, bebe uma vodka sem gelo,
e torna-se profanador do amor.

Mas, quem és tu, poeta insano, que não sabes chorar?
Divaga, em roseirais, roubando rosas e comendo espinhos.
Renuncia o desejo, ardente, para poder sonhar.

Bradando, na noite quente, que Deus está morto.
És tu, poeta insano, aquele que, sempre, quererá o colosso.
Julgando, teus semelhantes, por defeitos que finges não ter.
Sozinho, de preferência, tu irás falecer, pois de tão narcisista
esqueceste de beber, quando o dia nascia e a razão voltava a prevalecer.

21.2.08

Insignificância - II

Fragmentos de minha mente intranquila
estão espalhados pelo chão
os fragmentos espalhados confudem-se com lamentos
meus sonhos ainda são os mesmos de anos atrás
embora eu já não use o mesmo cabelo
talvez por isso eles já não tenham pretensão nenhuma
não querem deixar de ser sonhos
não querem tornar-se coisa alguma
como eu que sou apenas homem
um homem que já não chora
o homem que jamais lamentou-se
um alguém que não incomoda
nem mais a si mesmo
o mesmo homem, mas com outro cabelo
e com as idéias na gaveta
de outrora déspota
hoje, pacato e pálido
uma vez insuficiente
hoje insignificante

17.2.08

O filme

Aquelas vozes não calavam, gritavam.
De meu corpo era desprendido o princípio vital.
Consegui transpor barreiras psíquicas, tornando-me um espírito.

Meus aposentos, como habitual, estavam intocados, puros.
Caminhei por estes e vi meu corpo desfalecido.
Meu peito, em chamas, era rasgado por uma energia sobrenatural.
As luzes, vindas, se chocavam com o teto, transformando-o em uma imensa tela.
Nesta, todas minhas dúvidas eram esclarecidas.
As primeiras cenas, emotivas, mostravam aquele garoto correndo nos campos de centeio, brincando de ser feliz com tão pouco.

Deitei ao lado de meu corpo.
O abracei como um filho abraça um pai.
Estava apavorado, precisando de forças para seguir mais esta viagem.

As cenas, daquele filme em preto e branco, me emocionavam.
A história do garoto, com suas idas e vindas, em universos paralelos, em sociedades distintas, era trágica.
Não conseguia interagir, de forma completa, com nenhum dos universos.
Por conseguinte nunca era aceito.

Fora comunicado, pelo corpo simbólico, os valores e normas de condutas culturais, necessárias, para viver em sociedade.
Mas, ao perguntar-me, quem sou eu?,
A resposta não aparecia de forma clara.

Já marcava, no relógio, 4h da manhã.
Os pássaros, em revoada, passavam pela janela.
O dia já estava para nascer e ainda, o filme, não chegara ao final.

Momentos, despertados pela angústia, eram freqüentes, ainda mais nos últimos anos.
Sei que, ao acordar, não lembrarei de tudo que passara nesta noite.
Mas, algo ficará. Tornando as lembranças, das noites insones, uma realidade assustadora.
Ficará, no ar, aquele convite feito à loucura.
Se, esta, quiser me possuir, não resistirei.
Só espero que, louco ou não, aquele sonho ou fuga do corpo, aconteça novamente.

16.2.08

Sem autorização mudei o blog.

Foi mal, Banana, mas não resisti...
Tentei colocar a foto clássica( Tu nadando co aquela bóia amarela), mas não consegui.
Kkkkkkk

14.2.08

Insignificância - I

Alguma coisa que você faz poderá mudar sua vida agora.
Qualquer notícia que se diga, poderá vir voando agora e estacionar em frente a tua janela.
Acidentes ocorrem e rasgam a pleura.
Você pode não fazer nada.
Porque tudo que fez até agora, foi insignificante.
Então o melhor a fazer deve ser mesmo esperar por uma notícia.
Ainda sem ter certeza, você pode ter certeza.
Você pode chorar com essa notícia.
Qualquer notícia pode te fazer chorar.V
ocê pode rir de qualquer coisa também.
Você pode ficar em casa e rir.
Qualquer coisa que te digam pode te fazer rir.
Você pode nem ligar.
Você sabe o valor real do tempo.
Qualquer coisa pode você nem sentir.
Porque sentir até agora, foi insignificante.
Qualquer coisa que se faça, que se diga, por escrito, por delito, por bonito, ou verbalmente, não provoca abalo cínico ou verídico em mim.

13.2.08

joe

Hey Joe
Não cale antes do sol se pôr
Não feche os olhos antes do amanhecer
Você tem tudo pra ser e vai ser
Joe

Hey Joe
Se você não fala desaprendo a andar
Me olha nos olhos e não é mais
Joe

Hey Joe
Um dia a gente vai se encontrar
de novo
Joe