20.6.08

Como falar de amor?

Como costumo postar coisas sentimentais, tais como poesias e blá blá blá, resolvi repensar minha vida - comparada com a palavra amor - .

Nasci, cresci, não me reproduzi, não morri.
Interessante pensar que um ciclo está incompleto
por acreditar que a sociedade medieval estava correta.
Até porque vemos, diariamente, que quase todos pensam deste jeito.
A meta, da maioria, é crescer, ganhar dinheiro, formar família e morrer dignamente.
Mas, quando pensamos que ao ser rico, onipotente, esquecemos do morrer "dignamente",
percebemos que a morte realmente é o fim.
Quando estamos velhos lembramos de nossas conquistas, da conta do banco, dos nossos filhos e netos, mas esquecemos do que é ser digno perante o fim dos tempos.

Como falar de amor, se este é contado como lucro?
Como falar de vida, se esta é temporal?

Não há como relacionar amor com vida sem pensar nos temas melancólicos das novelas mexicanas.
Mas, esta relação está correta, é utópica.
Viver tendo amor por alguém é uma prisão.
O espírito livre não pode ficar aprisionado numa relação longa.
A vida é atemporal, diferentemente do amor.
Espero um dia encontrar uma mulher que me diga aquelas baboseiras que os apaixonados falam, mas também espero que encontre outra que diga que eu sou filho da puta narcisista.
São opostos de mulheres, mas estas são congruentes quando penso que a mulher perfeita encontra-se no meio termo.

Viver sem amor, conseguimos.
Amor sem viver, não conseguimos.
Isto é lógica, mas não é interessante.

Hoje encontrei alguns amigos no posto.
Quando voltava pra casa vi um casal aos beijos, encostados num muro sujo.
Duas pessoas, extremamente, feias.
Acho até que a mulher não tinha dentes.
Mas, eles se agarravam, sarravam como esta fosse a última noite de suas vidas.
Talvez isto é o que falta para compreender esta relação idiota que estou fazendo.
O amor transcende o corpo.
E eu vou dormir, estou bêbado, mas feliz por saber que misturar anti-depressivo com alcóol não mata, pelo contrário, deixa-me vivo!
Até mais, Rique Farr Sunsa, foi um prazer lhe conhecer.

2 comentários:

Vera Lucia disse...

Sobre amor se fala pouco e se sente muito.
Não espero que tu concordes comigo, porque eu também só penso assim quando estou amando...
Beijos...

Juliana Porto disse...

Você pediu...

- Henrique, seu filho da puta narcisista, pára de fumar e vá logo comprar mais cervejas!