9.6.08

Carta ao meu amor - O povo do interior.

Acabei de achar isso.
Hermeticamente está terrível, mas para a época acho que ficou bom.
22/09/2003.
Banana, se lembra deste tempo?

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Entre encontros e desencontros,
Na memória de um povo humilde,
Onde ter cultura é ser anti-social,
Onde ter dinheiro é sinal de felicidade,
Acho um lugar pra pensar.

Sobre momentos, sonhos.
Em todos os estrondos
Que causastes ao entrar sem bater.
Ao roubar parte da minha alma-coração
Levaste pra junto de ti, parte de minha indignação;
Contra um povo apalavrado, um povo ao qual tenho aversão.

Homens e mulheres comprometidos com o capitalismo.
Aqueles que nunca sequer diferenciaram o social do comunismo.

Humildade?
Só os tolos terão.

Cristandade?
Sinal de prosperidade econômica.

Humanidade?
Infelizmente, não é para todos, senão
Os reacionistas, a nata cultural dos grandes centros,
Os comprometidos com a razão filosófica do ser,
Sem ao menos oito anos de estudo ter.

E pessoas de uma cidade
Tornam-me bobo
Perante a falta de dignidade,
Perante a desistência na primeira dificuldade.

Mudanças?
Ilusões.

Esperança?
Uma pergunta que não cala, mas não traz soluções.

O povo do interior nasceu com o propósito
De ser inspiração para músicas de forró e escrachos de cultuação ao óscio.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lembro!!

O colégio religioso...

os catolicozinhos hipócritas de merda!!
a freira louca que se apaixonou por mim!!
o 'super-homem' de verdade!!
a 'aula' interminável de aerson!!
a interminável vovó vilma!!

e o prazer de esquecer tudo não fazendo nada na jaqueira!! =]]


joe

Juliana Porto disse...

"...Onde ter cultura é ser anti-social"

Por aqui andam dizendo o mesmo...

Abraços!