13.6.08

Fui até ele e disse:

- Toma a tua cruz, e deixa o milagre comigo
Mas ele não deu ouvidos
Então peguei a pá, a enxada, e enterrei sua cruz
- Deveria ter apanhado seus artefatos circenses antes de partir! - gritei
No boteco bebi vinho até o outro dia
Tão logo amanheceu e percebi o milagre aparecendo pra mim
Era a cruz enferrujada
Desenterrou-se e assentou-se novamente sobre a minha cabeça
Dei de ombros
Olhei para o céu com desdém
Caminhei até um lugar deserto, mantive-me calado por toda aquela manhã
Cavei até à noite
Enterrei a maldita bem fundo desta vez
E quando estive indo embora daquele túnel, o milagre se refez
Carcomida pesava agora a terra que a inundou
Não conseguia chegar até o topo
Via uma luz branca, e era a lua, parecia se aproximar, mas eu estava parado, enterrado

- Do teu destino não desertarás - ouvi
- O livre arbítrio é propaganda abusiva - repliquei

2 comentários:

Anônimo disse...

depoisa conversa no msn, resolvi voltar.

levei foi um susto!!

Colocaram as caras e vejo que (ao contrario do que me dise) ainda posta.

Adorei o samba pra henrique lá embaixo, mais ainda prefiro o consolido.

Juliana Porto disse...

Boa dose de ceticismo!

Gostei Joe...

Beijão