30.9.07

A relação com os personagens.

Antes de mais nada...
Tou com sono, mas queria escrever algo.
Saiu isso.
A junção de uma poesia pequena, último parágrafo, com os pausados pensamentos de Henrique, não dos personagens.


Sinto que tem uma força que rege todos os meus atos.
E sinto-me impotente perante ela.
Sinto que tudo é uma ilusão.
A existência, então, é mera confusão.

Destaco pedaços de jornais, revistas.
As fotos não eram minhas, mas imaginava como sendo.
Talvez pudesse, então, jogar aos ventos todas as verdades que
No passado omitira.
E lutar pela justiça moral e a ética de um estadista.

Mas, aqueles olhares incansáveis não seriam, por mim, tocados.
Os sentimentos, destes, não seriam os meus.
A felicidade não seria real.

Aprendo à fina força:
Os erros só levaram-me a solidão.
Afastaram-me de minha gente,
Tornaram-me infrutífero num solo de rigor.

- Escuto o bombeamento,
Sinto a sensação de ser pulsante.
Acordo deste trauma e tento levantar meu corpo
Deste chão frio.

“O sangue, espalhado por teu corpo,
Que vive enraizado nestas entranhas
O sangue, que conduz a dor.
Para alguns, regulador da temperatura corpórea
Para os viciados, apenas um meio de transmissão,
Da loucura farmacológica e da profanação”.


Quero sonhar, viver um universo paralelamente.
Quero cantar para as lágrimas que chorei quando inocente.
Quero dizer que infelizmente vivo num mundo já existente
E que as fábulas ficaram num passado que me lembrei recentemente.


(Inacabado)

22.9.07

ZZzZzZzzZZZzzZZ

hoje eu peço no teu ouvido que não faça tormento no meu
desculpe se o lamento é teu, então deveria ser nosso
mas fingir agora seria desprezo, é o que eu penso
acredite em mim se eu não dou valor, e quando não dou aí acredito
coragem já foi por aqui água de cachoeira
arrogância nunca me apareceu
mas hoje em dia se aparecer vou dizer que é minha
vem e me diz
quanto tempo já faz que não sou como você me via
descubro se fizer me lembrar se foi antes ou depois que você me viu

eu não iria querer explicar as razões por questões íntimas
daí cê vai ficar pensando que lugar ocupa
mas só vai compreender quando me perceber vazio
eu sei que enquanto estiver procurando é porque ainda não encontrou
então se não sei o que é fico escondendo tudo
e se você não me conhece, posso ser o que você quiser
mas se eu não me importar com o que disserem
a quem vou reclamar quando não importar o que eu penso?

8.9.07

Revoltas animais. - Yoshi e a delegada.

Era mais uma noite de domingo, e as aves já pararam de recitar suas sinfonias.
Eram vistos vários olhos, indignados, estuprados por uma realidade assustadora.
O corpo daquela jovem, em putrefação, demonstrava o retrato de um caos causado por uma nova síndrome social, o Canibalismo vespertino.

Rapidamente, a polícia se faz presente, retirando os basbaques daquela cena.
Os flashs incomodavam quem fazia seu trabalho, mas nada incomodava mais do que olhar os olhos da vítima bem abertos.

- Saiam daqui, urubus!
Vão profanar o sagrado corpo feminino em suas casas! - Dizia o exaltado homem da lei.

Em cada segundo que se passava a tormenta tornava-se real.
Os habitantes daquela cidade medíocre, com conceitos patriarcais, beirando o marxismo, se deparam com o horror da mente humana.
Estampado nos jornais matutinos as seguintes perguntas:
Seria este um caso isolado? A jovem moça fora atacada por um animal selvagem?

A policia federal entra em ação.
Dispersando a multidão e, brevemente, realizando a autópsia.

O telefone toca naquele posto policial.
A delegada, Balbúrdia, corre ao encontro do mesmo.
E deixa entrar, em si, a sonoridade daquela voz grosseira.
Era o médico legista, dizendo:
- Está pronto o laudo, delegada.
Venha rápido até o necrotério.
A senhora irá se impressionar.

Longos passos e descalços, até sua arma esquecera.
Logo, o aroma hospitalar toma conta de sua respiração.

- Sou Balbúrdia, a delegada deste condado, onde está o legista?
- Desculpe-me, senhora, mas esta é uma investigação federal, não poderás ter acesso
aos que trabalham neste caso. - Proferia aquele senhor, que se auto-proclamava Nefasto.

As perguntas se tornam intensas para aquela jovem delegada.
Os seus olhos já cansados, de uma noite não dormida, contrastavam com sua mente muito ativa.
Lembra-se daquela voz e pensa:
"Será que foram aqueles meninos travessos pregando uma peça?"
Quando já estava chegando ao seu posto(...) uma voz interrompe seus pensamentos.
Era o jovem cadete, Funesto, gritando de longe.

- Delegada, outra vítima encontrada.
- Aonde?
- Na igreja, pregada na cruz, recobrindo o Jesus.
- Meu Deus!

No caminho até o templo morganático(...) ela já sabia que tratava-se de um serial killer.
Afasta-se de Funesto e entra na cena do crime.
Mais uma jovem, sem certas partes do corpo, despida e com os olhos bem abertos.
Uma característica chama a atenção da jovem delegada, o corpo, ao que parece, estava insuflado.

- Afaste-se, senhora.
Fique no perímetro que demarcamos.
- Ora, eu sou a autoridade máxima desta cidade!
Tenho direito de ter informações sobre a vítima e sobre toda investigação.
- Então, vá até o nosso centro instalado, na prefeitura municipal, e fale com meu superior.
- É o que farei, então.

A neblina já recobria a cidade.
As luzes dos postes de energia falhavam.
Balbúrdia, com a imagem desta segunda vítima, ficava apavorada quando as luzes se apagavam.
No caminho até a prefeitura ela passa por sua antiga residência.
Lembra de momentos de sua infância complicada.
Seu pai ausente, sua mãe morta e a vida com seus avós.

- Senhora, onde fica Cerração? - Perguntava, um jovem descendente de japoneses.
- Estás longe, rapaz, terás que passar pela prefeitura e, depois, virar à direita.
- Onde é esta prefeitura?
- Estou indo pra lá neste momento.
Se quiseres oferecer-me uma carona, ficaria grata.
- Ora pois, claro!

Naquele carro, uma Van branca caindo aos pedaços, ela conhece Yoshi, um rapaz com seus 20 e poucos anos e com várias histórias de viagens.
A delegada, por momentos, esquecera do caso e dedicou-se àquela conversa agradável.

- Eu nunca o vi aqui. Tu viestes aqui para trabalhar? - Perguntava, Balbúrdia.
- Não, na verdade vim para passear.
Disseram-me que esta região têm ótimas cavernas, além do clima favorável para o plantio de flores insípidas, das quais trabalho.
- Então, és biologo?
Interessante, sempre gostei de biologia, mas não via trabalho nesta cidade.
- Aqui é um bom lugar para minha área, até porque, como dissestes, nenhum biologo acha que dará frutos trabalhar no interior.
- Então pensas em morar aqui? - Pergunta, a delegada.
- Bem, primeiro analisarei as cavernas aqui existentes, depois farei um levantamento dos climas, e por fim(...) deixa pra lá.
- O que?

O carro já chegara na prefeitura.
O clima ficou estranho, entre os dois, haja visto o mistério deste homem.
A delegada saia do carro quando Yoshi diz:
- Por fim gostaria de tua companhia em um jantar amanhã.
Honrarias este tão singelo homem com tua presença?
- Eu estou no meio de um caso, mas ligue pra delegacia amanhã pela tarde.
Tenho que ir agora.
Ah! Cuidado, estão tendo assassinatos misteriosos na cidade.
- Tá certo, ligarei pra ti amanhã.

Neste dois anos e meio, como delegada, este era o primeiro convite, pra sair, que alguém lhe fazia.
Mas, rapidamente ela retira de sua mente, o acontecido no carro, para dedicar-se à investigação.

- Boa noite, sou Balbúrdia, a delegada, queria falar com o comando desta operação.
- Senhora, estão em uma reunião com o prefeito, mas se quiseres esperar... - Dizia a simpática atendente.
- Pois não, ficarei na sala de espera.

Continua...
PS: É uma história grande.
Vai demorar.