30.7.08

Das verdades contidas no branco pálido.

Quisera ter certeza ao escrever.
Sentir que sou um pintor de um quadro...
Já pronto.
Olhar para cada lado deste papel enquadrado
E perceber que está completo.

Alentar uma necessidade leviana
Propor-me a pensar no novo.
Quisera ter este poder...
De escrever.

Sou vítima, culpado de vários crimes.
Mas, nunca fui processado,
Pois no rodapé deste retângulo esbranquiçado,
Sou como uma enxurrada que vem forte, imponente.
Roubando a essência de meus próprios alter-egos, cometendo o plágio.

Livro-me das dúvidas, da dubiedade, de meus maiores pecados.
Lascivamente, corrompo meu monitor, minha CPU e até
o mouse e o teclado.
Eles agora me veneram, como um Deus,
Pois de toda simulação feita (...)
Não sobraram verdades pra dizer.
Apenas nutrem-se de fé e esperança,
Assim produzindo aquilo que quero:
O desespero, o choro da decência
E o orgulho da própria ignorância.

Das verdades contidas no branco pálido...
Não sobraram nem
Meias
Humanas
Palavras.

Um comentário:

Vera Lucia disse...

Tente deixar sair o que está preso aí dentro... tenho certeza que até mesmo tu, descobrirás muita coisa boa e interessante...
Um abraço...