8.10.08

Ensaio sobre a cegueira - """O FILME"""

Assisti o filme ontem.
Passei mal na cadeira e não foi a quantidade de pipoca (que no final já estava me fazendo passar mal também, dada a quantidade exagerada).
Também não foi o preço da água mineral no cinema: 500ml = R$3,75.
O filme é neurologicamente agonizante, mas a mensagem é muito boa.
O curto texto no final, provavelmente transcrito do livro, torna a mensagem acessível. O que eu confesso, me deixa chateado, porque imaginei o que eles escreveram segundos antes e sou um pouco egoísta com minhas idéias.
Nunca gostei da música de mesmo nome, dos Detonautas. Muito menos da poesia do Edu. Para mim o ponto forte da canção fica pela interpretação do poeta. Apenas a interpretação. Agora então, a música ficou ainda mais vazia. Pois só fala da luz.
E olhe que eu não sou do tipo que diz que o filme é uma merda perto do livro, pois nunca leio o livro. Não gosto de ler livros. É o auge do meu EGOísmo. E da minha burrice. - (você pensou isso segundos antes, não foi?)Imagine-se pensando segundos antes o tempo todo. - O ego vai explodir.
Em outro tópico falei das Igrejas, do seu método de deprimir seus seguidores para então lhes mostrar o caminho da luz que passa por um tal Deus. A fórmula mágica, numa via de duas mãos.
Saramago parece ter copiado o método eclesiástico, mas o caminho da luz, termina em você mesmo.

Um comentário:

Vera Lucia disse...

Eu li o livro e não vi o filme (ainda), mas pra mim, a luz está justamente na cegueira (física).
Quando nossos olhos nos permitem ver, nos prendemos mais à embalagem do que ao conteúdo. Criamos preconceitos, discriminações...
Quando nossos olhos não nos permitem ver, enxergamos aquilo que sentimos, e que deveria ser sempre, o principal. Não há distinção entre as pessoas. Não nos importamos com a idade que ela tem, com seus traços físicos ou com o que está vestindo...
Então... não vou te dizer que gostaria de ser cega, porque essa estória do Saramago já nos mostra os problemas que vem junto com a cegueira, mas arrisco dizer que gostaria de, pelo menos quando olho para um outro ser humano, não ver primeiro a sua parte externa, porque, por mais que digamos que o que nos importa é o interior de alguém, cada um de nós, em muitos momentos de nossas vidas, agimos com algum tipo de preconceito.
É ou não é???
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