27.3.08

O despertar do último romântico.

O outono chegara rapidamente.
O vento forte, as folhas caindo, graciosamente.
Escutei o canto de mil pássaros da minha janela, mas não pude cantar e voar com eles.
As sensaborias desta vida tornaram a existência uma mera conformidade.
A cobiça e aspirações foram deixadas de lado.
Só o canto dos pássaros me facinava.

Na posse de alguns trocados saio todos os dias pelas ruas de meu bairro.
Compro um jornal na banca da esquina e começo a caminhar.
Algumas senhoras olham, perplexas, para as vestes, antiquadas, que recobrem meu corpo.
Percebo o quanto ostentar elegância se tornou fundamental.
Mas, o espírito livre não precisa ser elegante, charmoso. Basta ser livre.

Nesta longa caminhada passei por vários espelhos, mas eles não me mostraram nada.
Vi um rapaz barbudo, com cabelos desgrenhados, mal-tratados, apenas.
A aparência grotesca há de ser contrastada com a alma pura do penúltimo romântico, que
das lágrimas derramadas no passado imortalizou as sombras, destas, em sua própria face.

O sol começa a nascer.
É chegada a hora de respirar profundamente, reduzir os passos e abrir, lentamente, os olhos.
A claridade, romperá na madrugada, fornecendo a esperança de um novo amanhecer.

Um comentário:

Anônimo disse...

não pare de escrever seu safado!!

=]