O mundo encontrava-se em azul e vermelho,
mas eis que aparece o resultado deste incandescente distúrbio.
As faces, das pessoas, desconfiguradas, e a altura, como seres displásticos,
tranformavam a imagem do amanhã na incerteza da sobrevivência.
A credibilidade do poeta seria a loucura incessante, pois no meio do caos, onde corpo e alma desagregam, intitula-se profeta.
Veste sua farda, liga o computador, bebe uma vodka sem gelo,
e torna-se profanador do amor.
Mas, quem és tu, poeta insano, que não sabes chorar?
Divaga, em roseirais, roubando rosas e comendo espinhos.
Renuncia o desejo, ardente, para poder sonhar.
Bradando, na noite quente, que Deus está morto.
És tu, poeta insano, aquele que, sempre, quererá o colosso.
Julgando, teus semelhantes, por defeitos que finges não ter.
Sozinho, de preferência, tu irás falecer, pois de tão narcisista
esqueceste de beber, quando o dia nascia e a razão voltava a prevalecer.
23.2.08
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