7.11.07

O brasileiro só se fode.

Adaptação de "O brasileiro sonhador", 2004.
Tava revendo algumas poesias e escritos antigos.
Acabei vendo esta.
Se bem que não estava assim, estava cheia de erros gramaticais.
Mas, os corrigi e aí está.
São duas histórias em uma só.


Vou voando às nuvens.
O sonho me possibilita tudo.
Guio-me pelas estrelas.
Das três Marias à ursa maior.

Torno-me um pássaro...
Criptográfo, na memória, todos os lugares por quais passei.
Até os quais nunca quis, realmente, conhecer.

Já fui até Paris, sentir o movimento astral.
Já fui para doce Roma, da arquitetura e gastronomia fenomenal...
Agora estou no Brasil.
Putz... Que país marginal!

Ricos são homens... Pobres, bichos!
Por que será que sustentam tal mentalidade Boçal?

(PAUSA)

- Uma bala atravessou a parede.
Uma criança acabou de morrer.
Seu único crime foi não ter como se esconder.

-Por que, Deus?
Por que nos abandonastes?

Triste, enfim, por saber que estes apelos não serão escutados.
Pois pequei, como tantos outros, pequei por ser, sempre, sádico. -

Racionalizei...
Então, pois, aos meus olhos, aqueles pés, contraídos, bradavam pela libertação.
Tamanha é minha dor que vôo bem alto.
E com um rasante me jogo ao chão.

Como esperava...
A morte é o fim do pensamento e início da desintegração carnal.
As vísceras já se mostravam pútridas.
Pedaços e mais pedaços, deste corpo, esparramados naquele solo fértil.
A ressurreição viria com a corrente de ar que passava.

O brasileiro acaba de morrer.
O hino nacional não faz mais tanto efeito.
A mão no peito, demonstrando amor à pátria, se tornou clichê.
A esperança deu lugar à desconfiança.

No inferno, explicava-se ao demônio.
“Cumpri meus deveres, jogando meus direitos no lixo.
Amei minha pátria, mas ela virou-me as costas.
Tentei modificar o país, honrei a bandeira.
Enfim, vi desmoronar meus sonhos, meus ideais.
A lucidez se foi ao ver a juventude falecer sem culpa”.

E ele, por fim, o disse:
"Vivestes em uma sociedade hipócrita, senil e ultrapassada.
Mas, sem fé na revolução, fostes a caça do predador de almas".

3 comentários:

Anônimo disse...

No inferno, explicava-se ao demônio.
“Cumpri meus deveres, jogando meus direitos no lixo.
Amei minha pátria, mas ela virou-me as costas.
Tentei modificar o país, honrei a bandeira.
Enfim, vi desmoronar meus sonhos, meus ideais.
A lucidez se foi ao ver a juventude falecer sem culpa”.

E ele, por fim, o disse:
"Vivestes em uma sociedade hipócrita, senil e ultrapassada.
Mas, sem fé na revolução, fostes a caça do predador de almas".



tão belo e sutil
enquanto paradoxalmente
é pérfido e frio...
triste fim
cante-o antes de dormir
se tanto queres viver morto
torço p q esse fim seja a transição.
a ruptura... do que percorreu/percorre/percorrerá o limiar longínquo da sua mente/fo seu persona. de vc

sempre torcendo por ti
saudações.

Anônimo disse...

A verdade é feia. A verdade é que eu não gosto da verdade, apesar de ter que conviver com ela.

Brasileiro é igual a bonzinho...

Anônimo disse...

eu vivo pelo amor
apesar de não senti-lo
percebo o quanto maquino emoções
ja que elas não fluem...
um espelho...
por isso a dor de alguém doi em mim
e a felicidade de outrem me faz sorrir
já que eu mesma não consigo sentir
e sim, a solidão é um dos melhores refúlgios
mesmo não a vendo assim
não é algo que lhe comprometa. nem lhe vincula a qualquer outro ser ou coisa
simplesmente a liberdade de ser. mesmo que seja só.
a solidão não é algo ruim...
quando ser autosuficiente incomoda aos outros
já que não sentir falta das pessoas
dos amigos, basta saber que eles estão bem. felizes.
não preciso vê-los.
não gosto de simular, de atuar, mesmo q tenha se tornado mecânico
não me exige esforço algum
mas la no fundo, é um desrespeito a mim mesma
simplesmente ficar cego e surdo. reaprender a ficar cego e surdo
é necessário, antes que você realmente vire uma carcaça que anda, come, cumpre suas funções, cria suas emoções
criar a felicidade não é dificil
mas manter essa criação...
algo que se cria e não se sente
o buraco do espelho que se fecha, e assim, encarar a si mesmo, se torna inevitável
mas ao ver, se constata que não se é. apenas faz parte do espelho
e ao finalmente, encontrar algo semelhante ao meu viver, algo concreto se firma entre meus dedos
contudo. qual desespero não é mais saboroso do que o de sempre bater de frente com uma parede áspera.
sem mais delongas.